O Contador é um filme de suspense e ação que prende atenção do início ao fim. O diretor irlandês Gavin O’Cornnor conduz essa história com maestria e consegue boas atuações do elenco a começar por Ben Affleck que deu vida ao complexo personagem Christian Wolf, Anna Kendrick como Dana Cummings, J.K Simmons como o policial Ray King, Jon Berthal como Brax, Cinthia Addai-Robinson como a agente Marybeth Medina, Jeffrey Tambor como o poderoso Francis Silverberg e John Lithgow como Lamar Blackburn. ´
A história é bem estruturada no roteiro que vai nos oferecendo peças para juntar nesse quebra-cabeças, onde o personagem central é Chris Wolf, que é portador da Síndrome de Savant, um tipo de autismo. Ele tem mais habilidade com números do que com pessoas o que o tornou um exímio contador e em outras atividades, já que, seu cérebro funciona de forma diferente e sua inteligência é aguçada. Mas, essa não é sua única habilidade, ele trabalha para uma agência secreta como um agente. Os mistérios que ligam sua infância e sua atual situação vão se desvendando aos poucos a medida que o roteiro de Bill Dubuque avança e vai evoluindo em uma conclusão que podemos ver o quebra-cabeça completo quando no fim do filme nos distanciamos um pouco mais e visualizamos um plano geral da história com a estrutura de seus personagens.
Quando uma história é boa e o diretor sabe exatamente o que quer com o filme, a chance de sucesso de um filme é grande. Os personagens são bem desenhados e todos tem seus momentos de ter um foco na história. Meu conselho é: Preste atenção nos detalhes. Tudo é importante! Mas o mais importante é: divirta-se para juntar as peças. Jon Berthal também brilha como Brax um eficiente matador de aluguel. J.K Simmons mostra seu lado mais humano na pele de um policial em vias de se aposentar. Suas melhores cenas são com a atriz Cinthia Addai-Robinson, que vive a agente Medina, a policial que investiga os casos que vão surgindo durante os 128 minutos do longa. Outra boa atuação é de Jeffrey Tambor que faz um magnata que contrata o contador Chris Wolf. Assim como John Lithgow e seu Lamar Blcokburn.
A fotografia é bonita e trabalha mais com o visual escuro. A direção de arte conta mais dos detalhes da história. Cada adereço de cada personagem conta um pouco de quem são esses elementos. A trilha sonora é boa e comedida, nos envolvendo e pontuando em momentos importantes do filme. As boas cenas de ação, nos mostra o bom trabalho da coreografia de luta e efeitos visuais e sonoros sem colocar isso em evidência. Agora nada disso poderia ser mostrado como foi sem a montagem habilidosa e precisa de Richard Pearson que proporcionou um bom ritmo, nos localizou entre passado e presente sem confundir o expectador.
Podemos ter aqui um bom candidato ao Oscar, já que tem categorias merecedoras de indicação. Com certeza “O Contador” é um dos melhores filmes da Warner Bros nesse ano. E uma boa referência como um dos melhores trabalhos de Ben Affleck como ator.
