Quando falamos em Grande Muralha, a imagem que nos vem à cabeça é a gigantesca construção feita pela humanidade na Terra. A única que pode ser vista no espaço. Localizada na China esse grandioso monumento deve ter muitas histórias para contar. E uma delas é contada através da visão do diretor chinês Zhang Yimou, o mesmo de “O Clã das Adagas Voadores” e “Herói”.

A lenda de que a Muralha foi construída para proteger o reino contra monstros bizarros Tao Tei é o foco principal do filme que tem sua história ambientada na Dinastia Song onde os amigos William e Tovar vividos por Matt Damon e Pedro Pascal foram parar. Os dois começaram a jornada até a china em busca do pó preto, a pólvora até que tudo muda em torno deles.

O roteiro é bom, mas não tem nada de espetacular. O forte do filme está no visual. A fotografia ficou por conta da dupla Stuart Dryburgh e Zhao Xiaodinge, a combinação da visão do Neo Zelandês e do Chinês resultou em um visual bonito e elegante. A montagem ficou por conta do australiano Craig Woods que respeitou o ritmo Chinês com um toque de ocidente. A Trilha sonora do músico alemão Ramin Djawadi proporciona o tom certo para o filme e valorizou os instrumentos chineses como Guzhang, uma espécie de cítara, só que japonesa, A percussão é outro ponto marcante na trilha com vários tambores chineses marcando não só o ritmo, mas também o tempo. Nesse filme a Trilha sonora ganha um algo mais por podemos ver os tambores lado a lado marcando o tempo de ação dos personagens como se fosse um balé. Linda a cena dos tambores.

No elenco, Matt Damon e Pedro Pascal estão bem, assim como Willen Dafoe e o elenco chinês que conta com um bom trabalho da atriz chinesa Jian Tian, Andy Lau e Lu Han.

O figurino de Mayes C. Rubeo chama atenção pela beleza do designer dos figurinos e as cores características das vestimentas chinesas, vibrantes e que mostra a combinação de força e delicadeza de sua cultura. A Direção de arte caprichou nos cenários, locações e adereços de cena.

O diretor Zhang Yimou faz belos planos abertos e enquadramentos característicos do diretor como tomadas panorâmicas, aéreas e geométricas. Em algumas cenas, a beleza dança na tela como se fosse um balé de cores e formas. Os efeitos sonoros são ótimos nos levando ao clima do filme.

O ponto negativo está onde menos se esperava, os efeitos especiais. O excesso de monstros atrapalha até na credibilidade do ser mitológico que aparece de 60 em 60 anos para dizimar as cidades. O monstro, individualmente falando,  é bem feito e a rainha do ninho também. O pecado está em achar que precisa dar grandiosidade ao filme fazendo milhares de monstros para proporcionar um espetáculo faraônico para o público. É como comer uma lata de doce leite sozinho, enjoa. Os milhares de monstros são totalmente desnecessários. Se diminuísse pela metade ficaria de bom tamanho.

Enfim, A Grande Muralha é um bom filme apesar da falha e vale a pena ver que o cinema, pode sim, ser um grande elo de paz e troca de culturas entre as nações. Os profissionais de várias nacionalidades se unem para proporcionar entretenimento para milhões de pessoas em todo o planeta. Mesmo o filme falando sobre guerra.

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