O Ator Ricardo Duque interpreta o protagonista Paulo

André Warwar dirige seu primeiro longa baseado no livro de Marcílio Moraes que também escreveu o roteiro. O resultado não é dos melhores. A confusão e falta de clareza são os fatores que mais aparecem ao assistir esse filme.

O Crime na Gávea é um suspense policial, onde o protagonista, Paulo vivido por Ricardo Duque, encontra a mulher morta quando chega em casa.  E a partir desse ponto, onde a história deveria começar,  tudo se perde. Para começar a averiguação da polícia não existe. É um único policial sem postura de policial e nem sequer segue os procedimentos da polícia para investigar um caso. Ele mais parece um daqueles detetives de submundo de filme noir. O tal policial ao invés de investigar o caso, foca em acusar o marido da vítima sem nenhum indício que o incrimine. Já o marido resolve investigar por conta própria e vai ficando pior, pior e pior e finaliza com péssimos diálogos.

A Atriz Simone Spoladore que faz a amante de Paulo, e os atores Silvio Guindane que faz um traficante e Roberto Berindeli, que faz um suposto amigo da mulher de Paulo até se esforçam para fazer o melhor, e são talentosos já comprovado com trabalhos anteriores a esses, mas cinema não é trabalho de um profissional sozinho. O protagonista Ricardo Duque tem a chance de fazer o protagonista do filme e é um ator talentoso, mas ator talentoso não pode fazer milagre sozinho. Sem bom roteiro, diálogos e um bom diretor de elenco, nem o melhor dos atores do mundo pode fazer mágica.  É necessário que todas as engrenagens funcionem para que resultado final seja positivo.

Sem um bom roteiro não tem ator que possa fazer mágica, ainda mais quando o diretor não consegue dirigir seu elenco. Uma pena, um bom elenco que não soube ser aproveitado. Nenhuma atuação foi sequer razoável e todos pareciam ler um texto que não foi compreendido por eles.

Faltou construção dos personagens por parte do roteiro e a direção não soube como resolver os buracos nessa parte. A consequência disso se reflete no momento em que os atores dão vida a eles. Ficou tudo muito artificial a começar pelas falas que parecem que os atores decoraram um texto e estão apenas lendo. Nenhuma das falas tem naturalidade.

A direção de arte até acertou em alguns momentos, mas errou feio ao reconstruir uma delegacia e montar um velório. O mesmo acontece com os figurinos. Ninguém vai a velório ou enterro uniformizado de preto. Nem policial anda como se fosse detetive clichê de filme noir. Faltou pesquisa nesses pontos.

A Fotografia de Inti Briones, Raul Salas Latorre e Natalia Sahlit, assim como a montagem de Márcia Watzl, estão igualmente confusas e indefinidas. Enquanto a Fotografia tem incoerências na qualidade da imagem que alterna padrões e cores em momentos sem sentido, a montagem ficou confusa sem a menor preocupação com a ligação sequencial de história. Outra coisa que ficou indefinida para quem assiste ao filme, foi a montagem das sequências de acontecimentos entre o que é o tempo real, imaginação, lembrança ou até mesmo uma teoria da cabeça de alguém. Mesmo se a história fosse não linear, seria possível fazer isso com uma boa montagem.

A trilha sonora não funcionou como deveria, e não proporcionou o clima devido as cenas. A maquiagem está bem-feita, mas é básica. Não tem como errar com maquiagem básica. Uma pena que o resultado não tenha sido dos mais favoráveis. O que parecia ser algo interessante, tomou forma na tela como algo desconexo e sem lógica.

Vamos torcer para que André Warwar possa tentar um novo filme com mais sucesso no resultado final.

8 COMENTÁRIOS

  1. Muito obrigado pela critica,apenas uma correção se faz importante a
    montagem é de Márcia Watzl e a fotografia é assinada por Inti
    Briones, Raul Salas Latorre & Natalia Sahlit.acho que faltou pesquisa
    nestes pontos.

    segue ficha tecnica:
    Roteiro e Produção: Marcílio Moraes
    Direção de Finalização: Marcílio Moraes, Eduardo Quental e Lúcia Quental
    Direção: André Warwar
    Produção executiva: Eduardo Quental e Lúcia Quental
    Produtores associados: Simone Spoladore, Inti Briones, Ricardo Duque e
    Andre Warwar
    Montagem: Márcia Watzl
    Edição de som e mixagem: Vinícius Leal e Jesse Marmo
    Som direto: Diogo Oliveira e Tiago Oliveira
    Trilha sonora original: Fabiano Krieger, Lucas Marcier e Pedro Sodré
    Produção: MD Produções Artísticas
    Distribuição: Elo Company

    • Olá, agradeço seu contato falando sobre essas informações que são muito pertinentes. As informações que constam na crítica foram pesquisadas e encontradas dessa forma, já que não havia em nenhum material de divulgação. Sempre em todas as críticas que escrevo faço pesquisas sobre dados e informações pertinentes. Como as informações corretas foram fornecidas por vocês, farei sim uma correção no texto.

    • Oi José,

      essa dúvida não é só sua, eu também tenho. O filme acaba e não esclarece nada. Todo filme de suspense, triler policial precisa ter uma trama bem desenvolvida com começo, meio e fim bem alinhados, mas infelizmente não aconteceu nesse filme. Ele é cheio de pontas soltas e um elenco bacana que não foi bem aproveitado.

  2. Putz
    Cheio de coisas clichês e sem relações de causalidade, para, no fim, segundo eu entendi, o assassino foi o Paulo, que, de alguma forma, nem sabia.
    Ou seja, não houve nenhuma tramóia.
    É um filme de psicopata?
    Pq o cara matou a mulher, pegou dinheiro do sogro para enforcar um inocente, ainda ficando com um troço. E pareceu que, no final, a próxima vítima seria a amante.
    Ah, ele matou o cara do cachecol.
    P.S.: eu mesmo ficaria p da vida se minha mulher me traísse com um cara de cachecol.
    Um abraço

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