O que acontece quando você aguarda um filme esperando ver uma história que já conhece e adora? Uma corrida para as salas de cinema para matar a curiosidade. O problema é quando você vai para a sala e constata que a história que te levou a comprar um ingresso não está lá. Apesar de toda qualidade técnica por parte de movimentação de câmera e efeitos visuais funcionar muito bem, assim como os efeitos em 3D, não tem a história de Rei Arthur como foi prometido. Resumo da ópera: Decepção.
Podemos ver no filme de Guy Ritchie uma boa qualidade técnica. Isso não se discute. O diretor contou com um bom elenco, um diretor de fotografia competente, bons efeitos visuais e sonoros, um 3D que vale a pena conferir, maquiagem e cabelo, ok e a trilha sonora de Daniel Pemberton é a tradicional usada sempre nos filmes do diretor. Mas o problema que o filme não tem nada da história do Rei Arthur e isso faz com o filme não funcione. É vender gato por lebre! Se uma produção se propõe a contar uma determinada história, precisa contar essa história. Se tem a intenção de atrair o público cativo dessa obra precisa respeitar o público e a obra. Não pode modificar ou ignorar a história, a construção dos personagens, suas estruturas de personalidades, temperamentos, trajetória e motivações. Isso tudo foi ignorado no filme.
A Lenda de Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda já tiveram inúmeras versões para todos os tipos de linguagens de comunicação como: livros, peças teatrais, filmes em live action e desenho animado, games e quadrinhos. Até esse ponto tudo bem, o cinema tem em sua lista de obras sobre Rei Arthur uma animação e alguns filmes, uns bons e outros ruins. E essa nova versão tão aguardada pelos admiradores da Lenda Britânica é mais um balde de água fria por não ter nada da história. Por mais que seja adaptado, e que cada diretor conta uma mesma história do seu jeito, o que a torna um pouco diferente cada vez que é contada, é importante manter sua essência preservada. E a medida que o filme vai passando a pergunta que surge na cabeça é: “Cadê a História de Rei Arthur?” Pois é, em 2h06m procuramos a história mais do que os cavaleiros da Távola Redonda procuraram o Santo Graal e não encontramos.
O Roteiro precisa dar forma ao filme, já que é essa parte é a mais importante, sem história não tem filme. É o roteiro que orienta quem conta a história e é onde os personagens são construídos desde sua concepção até o fim de sua jornada.
A história escolhida precisa ser respeitada para continuar sendo o que ela é. Senão vai contar a história a que se propôs, então o melhor a fazer é criar uma nova e colocar as referências da história que você gostaria de fazer totalmente modificada.
O título é muito importante e já que vai atrair o público, escolha o nome mais adequado para o que vai contar. Não pode vender para o público que está fazendo um filme sobre uma história e contar outra. Teria sido muito melhor se o filme tivesse outro título e com uma proposta de um filme de ação medieval ter apenas algumas referências de Rei Arthur, como muitos filmes tem. Assim seria um filme digno. E se o título for “Rei Arthur: A Lenda da Espada” precisa contar a lenda e não fazer um filme ignorando essa história.
A segunda decepção é o diretor que tem uma ótima filmografia, um estilo marcante para contar suas histórias, uma preocupação técnica tanto no visual, quanto tudo que está relacionado a um bom conjunto da obra. E se deixou perder pela falta da história do Rei Arthur.
O elenco é bom e conta com nomes como Charlie Hunnam, Jude Law, Djmon Houson, Eric Bana e até o craque do futebol britânico David Beckham tem um personagem, Trigger.
O Ator Charlie Hunnam foi escalado para viver Arthur cumpre a missão dentro do que foi apresentado a ele. A caracterização não foi das mais felizes, não por culpa do ator, mas a caracterização tem confusão temporal. Em alguns momentos Arthur, ainda plebeu, usa uma jaqueta longa com corte moderno “A la segunda década dos anos 2000″. Como assim???
Jude Law encarna o clássico vilão, a maldade em pessoa. No alto de sua arrogância ele veste uma camisa social preta. Ei! Como assim??? Camisa social preta na idade média? Não entendi o que a figurista Annie Symons e o diretor Guy Ritchie quiseram transmitir ignorando a linha temporal, que é onde temos leitura importante de tempo e espaço. E o que impressiona é que ela criou figurinos com um visual bonito, mas não sei de onde tirou as referências para o designer das roupas. Algumas peças tem tecidos que nem existiam naquela época.
Alguns personagens da história entraram na trama como o Rei Arthur, Uther Pendragon, Igrayne, a Sra do Lago e Percival, no caso dos dois últimos, eram apenas dois figurantes de luxo. Um personagem que leva o nome de Bill Ensebado tem referências de Sir Uriens, o Cavaleiro que luta com Arthur antes de aceita-lo como Rei e é quem o nomeia cavaleiro com a espada e nada mais. Somente Merlin e Mordred tem seus nomes mencionados, fora isso, os outros personagens foram completamente ignorados.
Essa história foi contada através dos séculos e como disse anteriormente, no cinema tiveram vários filmes sobre a Lenda do Rei Arthur. O melhor de todos eles é “Excalibur” de John Boomer de 1981. Ele continua com seu posto de melhor filme sobre a lenda há 36 anos e pelo visto vamos aguardar por mais tempo, até que alguém consiga realizar a missão de fazer um filme a altura da Lenda de Rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda.
Uma pena que o filme tenha se perdido na história. Só nos resta continuar esperando que alguém tire a Excalibur da pedra cinematográfica e nos presentei então com uma história digna de Rei Arthur nos cinemas usando os novos recursos tecnológicos.
Jude Law esta impecável no filme Rei Arthur. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Seguramente o êxito de filmes de fantasia deve-se a participação dele no filme, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Além, acho que a sua participação neste filme de aventura realmente ajudou ao desenvolvimento da história. Ninguém poderia fazer o papel de Rei Vortigern melhor do que ele.
Oi Luciana,
que bom que gosta de Jude Law! É sempre bom saber quais são os atores que o público tem mais interesse para que possamos fazer mais postagens sobre eles.
Obrigada por nos visitar e aguardo suas novas visitas.
Bjs!