Baseado nos quadrinhos de Mark Miller e Dave Gibbons “The Secret Service” mais uma versão de espionagem inspirada nas histórias de 007, ganha seu segundo filme dirigido pelo diretor Britânico Matthew Vaugh que tem em seu currículo filmes como: “X-Men – First Class”, “Kick-Ass” e “Stardust”. O estilo de Vaugh é trabalhar a comédia de absurdos com críticas ácidas. O diretor usa e abusa de diversos elementos para passar diversas mensagens cena a cena ao longo do filme.

Se você achou Kingsman interessante, vai se surpreender com a quantidade de críticas usadas em cada cena nesse segundo filme. Não pense que o filme é apenas um besteirol sem sentido. É possível identificar uma necessidade de Vaugh e seus parceiros de roteiro Jane Goldsman e Matt Byrne em mostrar não só um filme divertido, e sim, um grande descontentamento com muitas situações atuais. E por isso as críticas gritam na tela, muitas vezes incomodando o espectador.

Gostaria de ser mais específica e detalhista com tantas mensagens abordadas nesse longa, mas cairia na armadilha de dar spoiler, e isso, não pode. Vamos falar o que é possível ser dito.

Críticas sobre drogas também está presente e como não poderia faltar uma crítica mordaz ao Presidente Americano Donald Trump muito bem encenado por Bruce Greenwood (Almirante Pike dos filmes de Star Trek). um dos pontos mais divertidos do filme é a participação de Elton John e referências da carreira do cantor britânico.

Tem duas cenas constrangedoras. Uma é a cena da lanchonete que é antropofágica usando metáfora sobre a falta de qualquer limite em conquistar o que quer. A pergunta aqui é: “O que você faria para conquistar o que quer? Você tem escrúpulos para fazer o que eu quero independente dos seus desejos?

A segunda cena é mais polêmica porque se trata de colocar um chip de localização em uma mulher para encontrar a localização da vilã e salvar o mundo do perigo eminente. Apesar de ser constrangedora, ela é uma crítica em como o cinema tem abusado de seus artistas.

Os personagens são bem construídos e desenvolvidos o que ajuda não só na história, como nas críticas e facilita muito o trabalho dos atores.

A vilã da vez é Poppy vivida por Julianne Moore. Ela encarna uma personagem clássica da dona de casa doce dos anos 60 com cara de boazinha e voz suave, mas na verdade é uma poderosa e cruel traficante de drogas que vive escondida em uma ilha em algum lugar no mundo. O filme brinca com os contrastes e faz sua crítica mordaz de Lobo em pele de cordeiro. Julianne Moore está tão bem nesse filme, quanto Samuel L. Jackson estava no primeiro com um personagem cruel e infantil.

Eggsy agora trabalha com mais propriedade como Gallahad e mostra que aprendeu muito com seu antecessor Harry, o antigo Gallahad. Ele trabalha com Merlin interpretado tão bem por Mark Strong, Roxy, a Lancelot e o novo Arthur interpretado por Michael Gambon (Professor Dumbledor dos filmes de Harry Potter) e seu pug J.B. Só que um novo inimigo destrói o quartel-general da Kingsman e o mundo é mantido refém.

Merlin e Eggsy descobrem uma organização aliada da Kingsman, a americana Stateman. No Tenesse eles conhecem a versão americana da Kingsman onde os agentes ganham nomes das bebidas. O líder é Champanhe vivido por Jeff Bridges e Merlin tem como parceira Ginger vivida por Hale Barry, Tequila vivido por Channing Tatum e Whiskey vivido pelo ator chileno Pedro Pascal (Narcos).

É a soma dos talentos do elenco com o talento do diretor em trabalhar muito bem cada ator e atriz tirando o melhor que cada um poderia fazer.

Tecnicamente o filme tem seus méritos como a montagem, figurino, maquiagem, efeitos visuais e sonoros e uma boa trilha sonora para completar a obra.

O filme é bom, mas não é para todos os públicos.

 

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