Cartaz do curta documental

O documentário José Louzeiro: Depois da Luta, produzido por: Bruna Castelo Branco e Maria Thereza Soares foi apresentado no último sábado, 14 de julho de 2018, na Cinemateca do MAM. O curta documental é um recorte alguns trabalhos feitos pelo saudoso escritor José de Jesus Louzeiro (*19/09/1932+29/12/2017) meu eterno mestre, da qual tive a honra de acompanhar nos últimos 15 anos como sua colaboradora.

 

Como a própria Bruna Castelo Branco, idealizadora do projeto, descreveu logo após sessão em uma conversa informal com os convidados, da qual participei, desde do primeiro momento que Bruna conheceu Louzeiro para fazer uma matéria ao jornal “O Estado do Maranhão” onde trabalha e o mestre possuía uma coluna de crônica por semana. Na época, a recém formada estava receosa em entrevistar esse pequeno grande homem das letras e para sua surpresa ele se  mostrou sempre muito solicito como sempre foi com todas as pessoas que se aproximavam dele, um verdadeiro contador de histórias.

 

No debate com a plateia alguns dos entrevistados estavam presentes, como Ednalva Tavares que acompanhou de perto sua trajetória literária e cinematográfica durante os 30 anos que estiveram juntos e mesmo depois de separados o ajudava em alguns projetos, como este documentário que além de ser uma das entrevistadas, expõe a luta de Louzeiro em defesa dos marginalizados pela sociedade, tanto que um dos grandes sucessos do escritor foi: Pixote, A lei do Mais Fraco que saltou das livrarias para as telas de cinema. Inclusive José Joffily que dirigiu “Quem Matou Pixote” destaca em sua entrevista no documentário o quanto o criador do romance reportagem no Brasil contribuiu para o desenvolvimento deste longa metragem.

 

O resultado desta apresentação teve muitas discursões calorosas com a questão do audiovisual no Brasil, como a questão da distribuição, capitação e o como temos que lutar para viver de cinema em um país que não dá o devido valor a cultura. Inclusive estava presente na apresentação: Marise Farias, diretora do documentário, Do Real ao Imaginário, da qual tive o prazer de ajudar na produção das entrevistas feitas com o autor roteirista/jornalista.

 

 

O homenageado sempre tinha ótimas tiradas como essa que transcrevi das telas: –“Todos nós temos uma história: boa, ruim, mais ou menos, mas temos”. E finaliza ao dizer: -“Ninguém vai assistir meu filme”! Na verdade, Louzeiro é para ser visto e revisto. Lido e revido. Meu eterno mestre e incentivador merece ser estudado para sempre!

  • Avaliação Final
4.8

8 COMENTÁRIOS

  1. José Louzeiro fez e faz parte de minha vida, mesmo que sob forma indireta. A começar pela naturalidade dele. Para quem não sabe, o grande roteirista e jornalista é conterrâneo dos meus pais, o Estado do Maranhão e, mais particularmente, da cidade onde minha mãe nasceu, a capital São Luís. José Louzeiro acendeu, desde adolescente, uma aptidão “adormecida” compulsoriamente por meus pais, isto é, a aptidão em ser e trabalhar como roteirista. Ele um dos principais, se não, o principal dramaturgo e roteirista da extinta Rede Manchete, onde o próprio escreveu novelas memoráveis, como KANANGA DO JAPÃO e CORPO SANTO. Linda matéria @⁨Raquel⁩, linda matéria mesmo .

    • Belas palavras! Motivadoras! Ainda mais no meu caso que comecei como sua aluna até me tornar sua fiel colaboradora!
      Agradeço de coração, Wellington.

  2. Escrevo essas palavras, deixando registrado mais uma vez, a minha imensa admiração, carinho e respeito por José Louzeiro, grande fomentador de minha aptidão, gerada na infância e estendendo-se por toda a adolescência e ratificando durante a fase adulta, em ser um roteirista. Grande e incomensurável presente que você teve, ao conviver com ele, minha linda Raquel. E espero poder ter um pouco dos ensinamentos que você aprendeu e apreendeu com ele, lindona Raquel ❤.

  3. Sendo utópico ou não, mas ainda acredito que a Arte tenha o poder de transformar a vida deste ser, em quase decadência, chamado Homem.

  4. Gostaria muito de ter ido à apresentação do documentário:”José Louzeiro Depois da Luta”. Contudo, dia 14 foi o dia da celebração da posse de Cássia, minha esposa, como decana do CCMN da UFRJ, evento ao qual, naturalmente, eu não poderia faltar. Tenho certeza que haverão outras oportunidades para que a gente possa se aprofundar um pouco mais no trabalho do grande José Louzeiro. Parabéns à Raquel Duarte pelo importante registro.

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