Nesta última terça-feira, 31/07, no Cinema Kinoplex Leblon, no Shopping Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, aconteceu a pré-estreia do filme O NOME DA MORTE, o protagonista do filme, Marco Pigossi, em entrevista dada à Folha de São Paulo, já começa esta matéria com a seguinte pérola, “Como eu sempre digo, o processo do ator é como um mosaico: você vai partindo de várias coisas, juntando os pedacinhos e vai criando aquele personagem.”

O ator em entrevista ao nosso site, ainda continua afirmando, “Este personagem está aí, ele existe sabe. Essa dualidade do personagem foi o desafio maior para mim. A respeito dos crimes que Júlio Santana cometeu, Marco Pigossi comenta, “Eu acredito que a maior parte das pessoas que o Júlio matou eram indígenas, incluindo mulheres. A cena que mais me marcou foi a cena com a Marthinha (Martha Nowill), que é uma cena pesada que tivemos que refazer muitas vezes, com todo o cuidado possível, pois envolvia força física, o chão ficou molhado, e deu muito trabalho. Porém toda essa violência do filme é uma denúncia da nossa triste realidade e eu acredito e espero que seja uma das questões levantadas que vai ser discutida pelo público.”

As produções cinematográficas brasileiras têm se destacado mais além do gênero comédia, têm se evidenciado no gênero suspense e drama, como no filme O NOME DA MORTE. E certamente, essa é uma das discussões leva o público a refletir, a questão da violência gratuita. Júlio Santana sustentará esta mentira por mais por mais de quinze anos, fazendo inclusive sua esposa Maria (Fabiula Nascimento) transformar-se em uma verdadeira perua. “Trabalhar a banalidade do mal foi e é uma questão muito importante a ser empenhada por mim. É isso que eu acho muito bacana de nós discutirmos, eu não acredito que ninguém nasça com o gene do mal. Eu acho que o ser humano é o resultado de experiências que você viveu, de situações que você teve, tanto boas, quanto ruins, e que vão te transformando. O trabalho do artista é um trabalho de formiguinha, sabe, de construção mesmo”.

Falando em Fabiula Nascimento, a mesma deu declarações importantíssimas ao nosso site: “Existem cinco Marias neste filme e todas bem distintas uma da outra. Foi uma construção da personagem bem intensa, fizemos um trabalho de leitura por muito tempo. Estamos falando de um matador profissional, não sei se o filme mudará alguma coisa relacionada à violência no Brasil. A própria Marielle (vereadora Marielle Franco) é caso seriíssimo de morte encomendada. Acho que o Brasil precisa ter uma mudança muito grande em Educação no país, para que a gente consiga realmente séria”. Sobre a livre adaptação do livro ao filme, Fabiula ainda continua afirmando sobre a mudança de postura, no comportamento da sociedade, “A mudança irá depender muito de quem está assistindo na cadeira do cinema, depende quem entende cultura e educação, que são coisas distintas”.

Fabiula Nascimento fomenta total relevância ao parceiro André Mattos no filme O NOME DA MORTE. O ator teve o seu nome creditado como preparador de atores. Sobre essa relação, Fabiula declara: “O André preparou os atores locais, pois tivemos muita colaboração com profissionais da própria região. E como a gente tinha uma relação muito familiar e acolhedora, acabamos nos ajudando a nos preparar e entrar nos nossos personagens. Todos trouxemos bagagens diferentes pra dentro desse grupo, o que ajudou bastante. A gente até propunha alguns jogos, cenas e debates que tornou tudo bem interessante”. E sobre os pontos em comum entre ela e a personagem, Fabiula revela: “Acredito que eu não tenha nada da Maria. A doçura dela não é a mesma que a minha, o maternal dela não é o mesmo que o meu. E talvez essa tenha sido uma das coisas mais interessantes em fazer essa personagem: a chance de experienciar algo novo, diferente, ousado, que foge completamente da minha zona de conforto”.

da esquerda para a direita, Fabiula Nascimento, o diretor do filme, Henrique Goldman e Marco Pigossi
Marco Pigossi
Fabiula Nascimento
Fabiula Nascimento e o ator Luís Miranda
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Wellington Lisboa, nascido no bairro das Laranjeiras (mas não é tricolor), formou-se e por duas vezes em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade & Propaganda e Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, após cursar a disciplina 'Comunicação & Cinema', com o Professor Carlos Deane, percebeu que o Cinema poderia se tornar a Sétima Arte em sua vida. O falecido Coordenador do Núcleo Artístico e Cultural (NAC), Heleno Alves, propôs a ideia de criar um coral. Foi quando o nosso crítico e colunista enveredou pelo caminho musical. Criado o Coral da FACHA e, logo depois, rebatizado com o nome de DANOCORO, Wellington Lisboa, construiu uma carreira musical, junto com o grupo, ao longo de quase quinze anos. Após concluir as duas habilitações, ele cursou Letras (Português - Italiano) na UFRJ mas, não terminou. Entitulando-se 'um eterno ser em busca de si mesmo', Wellington Lisboa enveredou pela graduação em Cinema, foi quando (re)descobriu que o Jornalismo caminha junto com esta arte.

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