O colombiano Pablo Escobar foi um dos maiores traficantes de drogas da história da humanidade e o mais cruel. Esse é tema desse filme que já teve outras versões para o cinema e série.  Não sei porque essa figura tem atraído a atenção dos contadores de história no cinema e na televisão, talvez seja para alertar as pessoas em não se repetir histórias ruins, que destruiu milhares de pessoas em diversos países onde essa máfia das drogas invadiu de forma brutal.

Enfim, o filme escrito e dirigido por Fernando León de Aranoa é baseado no livro “Amando Pablo, Odiando Escobar” escrito pela ex-amante de Escobar, Virgínia Vallejo. A história é narrada pela personagem interpretada pela atriz espanhola Penélope Cruz, que por acaso é esposa do ator também espanhol, Javier Bardem que interpreta o Narcotraficante.

Aranoa nos proporcionou um filme tecnicamente bem feito. Quando o roteiro é bem desenvolvido, os personagens bem construídos e o diretor sabe exatamente o que quer contar e como dirigir seu elenco, o resultado é um bom filme.  A partir desse ponto fica mais fácil acertar. A montagem de Nacho Ruiz Capillas proporcionou um bom ritmo ao filme e soube trabalhar cenas de ação, com cenas expositoras com cenas de insinuação, ou seja, não precisa expor cenas de tortura para que o público entenda o que acontece a cada cena.  A direção de arte do espanhol Iñigo Navarro retrata a época e os locais em que se passam a história com muita precisão. Os objetos de cena, as locações externas e internas nos levam a um passeio no tempo e nos ambientam bem. Navarro já trabalhou com Penélope Cruz e Javier Bardem no filme “Vicky Cristina Barcelona”. Ele tem trabalhos interessantes com direção de arte e esse ele atingiu um ponto alto da sua carreira.

A caracterização do elenco também é outro ponto alto do filme.  Javier Bardem tem a melhor caracterização do personagem entre os cinco atores que interpretaram Escobar em filmes e séries.  Uma transformação até de corpo que foi trabalhado com maquiagem. O cabelo, bigode e roupas deixaram Javier Bardem transformado no personagem com muita semelhança com o original.

Se quiser conferir, os outros atores que interpretaram o personagem Foram o brasileiro Wagner Moura na série original da Netflix “ Narcos “ dirigida por José Padilha, o porto-riquenho Benício Del Toro no filme “Escobar: Paraíso Perdido” (2014), o Neozelandes Cliff Curtis no filme “Profissão de Risco” (2001) e o colombiano Andrés Parra interpretou Escobar na série colombiana Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico” (2012), produzida pelo Canal Caracol.

Os figurinos também seguem o padrão de fidelidade ao local e época. O trabalho foi dividido entre Loles García Galean que vestiu o elenco e a figurinista Wanda Morales que vestiu Javier Bardem e Penélope Cruz.

E assim temos um filme completo.

Como nem tudo é perfeito, o filme tem um ponto negativo a indecisão entre os idiomas ficou um tanto estranho. Onde deveríamos ouvir diálogos em espanhol, ouvimos em inglês e alguns momentos eles falam espanhol. Se tivessem optado por colocar os idiomas nos momentos certos teria funcionado melhor. Como por exemplo: Em algumas cenas entre colombianos faladas em inglês sem motivo algum para isso. Nas cenas em que Virgínia conversa com americanos, funciona bem, mas entre colombianos que falam espanhol como língua mãe, não faz sentido ter diálogos em inglês.

 

Fora isso, o filme é bom e merece sim conferir um bom trabalho cinematográfico. Mas um aviso, para quem gosta de assistir histórias reais, essa contada na visão de Virgínia Valllejo. Uma visão de quem se envolveu com quem não deveria e descobriu tarde demais o preço a se pagar por sua escolha errada.

O filme vale também para estudar a personalidade de figuras nocivas da história da humanidade, e com certeza, Pablo Escobar foi sim, um dos personagens mais cruéis da história. Levou morte, tortura e destruição por onde passou e deixou seu próprio país refém da sua crueldade. Quem sabe o registro sirva para prevenir o surgimento de outros personagens assim.

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