O filme dirigido por Vikram Jayakumar que também roteirizou em parceria com Arjun Grover é o primeiro longa da carreira dos dois indianos, apesar de Vikram já ter dirigido um curta.  “O Segredo da Floresta” é um terror independente que se passa nos Estados Unidos e Índia, mas ele se perde nos principais elementos que fazem um filme de terror funcionar: roteiro, elenco, montagem e trilha sonora.

Cada gênero tem uma necessidade maior de alguns elementos do que outros. Aqui o roteiro é o esqueleto que sustenta todo o resto. Sem uma trama bem elaborada e personagens bem desenvolvidos o terror não acontece. O argumento é interessante e poderia ter desenvolvido melhor a trama do início ao fim. Os personagens não são bem desenvolvidos no roteiro e o elenco não foi bem dirigido, uma pena! Seria uma chance para eles mostrarem seus trabalhos e nós de conhecer atores que ainda não tivemos a oportunidade. Suas apresentações foram meio jogadas. Um músico indiano namora uma médica e resolvem tirar férias para passar um tempo juntos e vão para Índia para que ela conheça a terra dele. Ao chegar no resort são os únicos hospedes do local no meio do nada. E é sempre do nada que todas as cenas vão acontecendo, como se fosse uma colagem de esquetes.

A primeira cena do filme se passa como uma apresentação da trama, tal como é feito em filmes e séries policiais. Depois essa cena é totalmente esquecida no resto do filme. Como o casal vai parar na floresta é outro mistério não desenvolvido e tão pouco esclarecido. Só dizem que se perderam e foram parar ali.  O personagem do gerente do Hotel, Navim (Subrat Dutta) não foi bem aproveitado como elemento de ligação da trama, mas ele se perde no meio dela.

A criança usada na trama, Asha (Tvisha Seema) parece ser uma construção de referências de personagens infantis de filmes de terror e fica somente na intenção. Uma pena que o roteiro deixou muitos buracos até o desfecho final, que claro que não vou contar aqui, mas “O Segredo da Floresta” está tão secreto que ninguém vai realmente saber qual é.

A Montagem é outro ponto fundamental para um filme de terror, e é quem dita o ritmo do filme e coloca as intenções de cada cena em perspectiva para dar as sensações do que está acontecendo e do que pode acontecer. Aqui a montagem ficou muito monótona com um ritmo um pouco confuso ao inserir uma lentidão maior em algumas cenas. As transições entre elas nos dando a sensação de estar assistindo uma coletânea de esquetes.

A Trilha Sonora também ficou na responsabilidade de Vikram Jayakumar que infelizmente não soube usar a trilha incidental nos momentos certos. A trilha sombria é usada em quase todas as cenas e não parece ter sido criada para o filme. É muito repetitiva e é jogada na intenção de dar o clima de terror, mas infelizmente não consegue.

Mas o filme acertou na Direção de Fotografia de Mike Testin que consegue uma boa qualidade de imagem. Apesar do diretor não acender as luzes de nenhuma cena na Índia como o quarto do Hotel parece não ter luz nunca. E tem uma cena entre Amy (Vanessa Curry) e Asha (Tvisha Seema) em que o quarto estava escuro e de repente apareceram umas velas acesas sem explicação e os personagens não percebem nada das velas. Mas Mike Testin tem uma boa visão de como iluminar, escurecer e trabalhar as texturas brilhosas nos Estados Unidos e as opacas na Índia.

Enfim, o filme vale como exercício cinematográfico de aprendizado para os iniciantes, mas como uma trama de terror deixa a desejar, já que o público de terror é o mais exigente do cinema e não é fácil de agradar.

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