Colectiv é um documentário romeno do diretor Alexander Nanau, que também divide o roteiro da produção com Antoaneta Opris. O filme documental estreou no 76º Festival de Cinema de Veneza em quatro de setembro de 2019. E passou por eventos como Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2019 e na seção Spotlight do Festival de Cinema de Sundance de 2020. E chegou a ganhar o Prix Italia for TV – Documentary. E agora compõe o catalogo de filmes do festival É tudo verdade, e vai passar de forma online no dia 25 de setembro, ás 18h.

O filme:

Após um incêndio na boate Colectiv, em Bucareste, que matou 27 jovens na hora e feriu mais 180, se inicia uma série de protestos contra autoridades corruptas no país, provocando o renuncio do governo-democrata. O filme acompanha os jornalistas Catalin Tolontan e Mirela Neag em uma investigação jornalística sobre as mortes de sobreviventes após dias da tragédia.  Quando um médico vaza informações de contaminação bacteriana dentro do hospital, a equipe jornalística começa a investigar uma possível negligencia hospitalar, mas o que se deparam é com uma fraude na compra de desinfetantes que desencadeiam um enorme esquema de corrupção e descaso no sistema de saúde. O novo ministro, Vlad Voiculescu, é nomeado, e com isso o documentário toma novos rumos, o espectador passa a acompanhar as raízes mais profundas dessa máfia da saúde dentro da politica e a tentativa de reformar um sistema corrupto, enquanto sofre pressão da mídia.

A estética do longa é a estética clássica documental, com câmera na mão e anglos fechados nos personagens. As tomadas quase sempre de dentro dos ambientes e a câmera observadora do diretor se tornam dobradinha perfeita para sentir todo o clima de investigação e politico quase como se fosse parte daquilo.  A narrativa investigativa também é abortada com maestria, te prendendo a cada revelação. E as revelações se tornam tão absurdas que muitas vezes se esquece que está assistindo a um documentário e não a uma ficção.

A ideia de explorar duas personagens com principais do documentário, Catalin Tolontan e Vlad Voiculescu, trouxe mais complexidade ao filme, já que os dois ocupam lados opostos na trama, se posicionando algumas vezes como antagonistas um do outro mesmo tendo objetivos parecidos.

O lado sensível do documentário ficou por conta de duas vítimas da tragédia que são apresentadas no longa, Tedy ursuleanu e Razvan lutac. As personagens são contrapontos de perspectiva, enquanto Tedy expõe suas cicatrizes de queimaduras junto com lado otimista da tragédia, Razyan se monstra o tempo todo inconformado com a perda do filho no incêndio.  Inclusive, o longa abre e fecha com cenas de Razyan, deixando bem representado o gosto que o filme deixa ao acabar, da indignação.

 

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