Os diretores José Joffily e Pedro acompanham as histórias de três jovens brasileiros que vivem três fases diferentes ao se alistarem no serviço militar Estrangeiro. E é nesse ponto que vem uma pergunta na cabeça, “Por que um jovem brasileiro se interessaria por integrar o serviço militar estrangeiro e não o seu? Acho que isso motivou a dupla de cineastas a desvendar essa curiosidade.

Aqui começamos a jornada dos três jovens em três fases diferentes, quem está ingressando no corpo militar estrangeiro, quem está adaptado com o dia a dia do serviço militar e quem foi militar e sofre as consequências físicas de encarar uma guerra e tem uma baixa desse serviço.

A primeira história é do aspirante Bruno Silva que sai da Baixada Fluminense para se alistar na Legião Estrangeira, em Paris, França. Ele deixa para no Brasil a família para se aventurar no sonho de servir na Legião Estrangeira, que tem um processo de seleção muito rigoroso. Mesmo sabendo que vai ficar 5 anos sem ver sua família e não vai acompanhar o crescimento de sua filha, ele está determinado a realizar seu sonho de se tornar um militar.

Depois é a vez de contar a história do jovem Mário Wesser, paulista de classe média que trocou São Paulo para se alistar no exército Israelense em uma base militar na Cisjordânia.  O soldado Wesser é fluente em hebraico ele tem orgulho da sua função e de usufruir dos benefícios militares israelenses, como casa, estudo, um bom salário e muitos descontos para adquirir bens.

O terceiro brasileiro é o veterano da Marinha Americana, Felipe Nascimento. Ele vive em Nova York. Ele foi para os Estados Unidos estudar em uma Universidade e acabou se alistando na Marinha e se tornou um fuzileiro. Ele tem marcas profundas deixadas na Guerra do Afeganistão. Apesar de ser um ex-fuzileiro, ele sente falta da Marinha.

O documentário tem uma narrativa simples e objetiva que nos mostra o olhar curioso dos diretores que funciona como se fosse o olhar curioso de quem assiste. Mas o que parece ser fácil de fazer, na verdade é algo mais complexo, já que o documentário mostra a trajetória dos três soldados e a visão deles dessa situação. A intenção é de mostrar um filme antibélico, mas essa é a beleza de um documentário, ele leva o diretor a seguir o caminho traçado e as vezes fazer pequenos desvios devido as entrevistas. As Histórias são pontuadas por citações do livro “Johnny Vai à Guerra” de Dalton Trumbo, de 1939 que lança luz sobre os ideais antiguerra e sobre a humanidade.

O que os três tem em comum é a paixão pelo serviço militar, mas por que alguém tem paixão pela guerra? O que faz com que alguém renuncie ao convívio com sua família para lutar por guerras que não são suas? E por que não lutar pelo serviço militar brasileiro?  Acho que “Soldado Estrangeiro” é um documentário questionador, onde as perguntas vão permeando a cabeça de quem assiste.

A fotografia de Pedro Rossi deixou o documentário com um visual elegante e imprimiu um tom de seriedade que a história precisava. O filme conta com a ótima montagem da premiada editora Jordana Berg.

Enfim, o documentário da dupla José Jofilly e Padro Rossi é um dos melhores do ano por cumprir com sua missão de informar, questionar e contar histórias.

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