O filme dirigido por Robert Eggers fala de uma saga de vingança Viking que acontece no século 10. O diretor também escreveu o roteiro em parceria com Sjón, conhecido por compor músicas para a cantora Islandesa Björk e o cineasta dinamarquês Lars Von Trier. Para quem conhece a obra de Robert Eggers que dirigiu “A Bruxa” e “O Farol”, já pode esperar um filme forte, e isso, “O Homem do Norte” tem de sobra.

Quando falamos em filme medieval sabemos de antemão que terá violência, já que naquela época violência era uma coisa normal, mas “O Homem do Norte” abusou da violência. Foram violências de todos os tipos. Esse filme é só para os fortes.

Lutas, mortes covardes, empalamentos e até crianças cometendo atos violentos tem no filme. Sei que não podemos pensar na história com os nossos conceitos de hoje, e sim, entender a realidade da época. Era assim, fazer o que? Não podemos mudar o que já foi feito. Em termos de realidade, Eggers caprichou. São 2h17m de puro ódio, sangue e mutilações e rituais de arte das trevas e sacrifícios.

Para conseguir dar a grandiosidade necessária ao filme, Robert Eggers dirigiu um elenco com grandes atores começando por Alexander Skarsgård que interpreta o vingativo Amleth, filho do Rei  Aurvandil War-Raven interpretado por Ethan Hawke, e a rainha  Gudrún interpretada por Nicole Kidman. Ele conhece Olga, interpretada por Anna Taylor Joy.  Até a filha da cantora Björk, Ísadóra Bjarkardóttir Barney, faz uma participação como Melkorka.

A trama é a clássica de tragédia familiar, cobiça, traições, ganância e vingança.  Com um elenco internacional entre americanos, britânicos, Suecos, Dinamarqueses, Australianos, noruegueses e  irlandeses “O Homem do Norte” mostra empenho em recriar uma história com força dramática que possa transmitir com o maior realismo possível. Ele conseguiu!  Robert Eggers tirou o melhor de seus elenco e proporcionou ao filme um clima denso e pesado.

A direção de arte de  Craig Lathrop foi cuidadosa e as locações te ambientam no local e na época em que se passa a história. Assim como os objetos de cena e as armas usadas.

Os figurinos da canadense Linda Muir são elegantes, realistas e mostram a diferença de classe social, status e religiosidade entre eles.

A trilha sonora composta pelos músicos britânico  Robin Carolan e Sebastian Gainsborough é imponente e transmite o clima tenso da trama em 58 músicas compostas para o filme.

Os efeitos visuais são bons e maquiagens estão dentro do padrão, mas com exceção de um dos cadáveres que ficou muito com cara de boneco. E não entendi um close na Valquíria em que podemos ver todos seus dentes e ela está usando aparelho dentário.

A Editora Louise Ford que trabalhou com Eggers em “A Bruxa” e “O Farol” retorna com um bom trabalho de edição seguindo o princípio de em time que está ganhando não se mexe. Ela imprime um bom ritmo ao filme até a sua conclusão. Apesar disso, o filme é cansativo mais pelo festival de violência do que pelo ritmo.

A direção de fotografia de Jarin Blaschke é mais um da equipe de Eggers que o acompanha em dois de seus maiores sucessos, “A Bruxa” e  “O Farol”. Ele trabalhou bem os contrastes de opacos e pasteis nas externas no frio durante o dia e o vermelho e laranja nas cenas com fogo e internas à noite.

No resumo da ópera, “O Homem do Norte” é um filme com qualidade técnica, e artística, mas é necessário estar preparado para assistir essa história com carga tão pesada.  

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui