Dois jovens namorados, uma francesa e um espanhol, que vivem juntos passam pela traumático experiencia do atentado a casa de shows do Bataclan em Paris em 2020, que deixou 90 mortos. A história mostra como ambos vão lidar com seus traumas e medos que irão mudar suas vidas. Ramón (Nahuel Pérez Biscayart) é o personagem que mais sofre nas aparências, tanto que influi tanto com seu trabalho e suas relações sociais. Ele busca mais entender seus problemas e busca ajuda inclusive com terapia. Já Céline (Noémie Merlant), tenta esconder sua dor, muitas vezes fugindo de falar e enxergar sobre o que aconteceu com ela. O que mais significativo do seu comportamento é que ela nunca falou que estava no atentado em seu trabalho, e que o filme deixa em aberto se esta postura se deveu a sua personalidade (pois ela mantém postura parecida com o resto do seu círculo social), ou se tinha receio de se expor, pois ela seu trabalho era de cuidar de jovens imigrantes (na sua maioria de árabes, que foram associados os terroristas que fizeram o atentado).

Apesar do roteiro do filme seja das memórias de Ramón, a história não fica ensimesmada com o personagem, e o espaço para falarmos dos problemas de ambos os personagens são retratados, tanto como casal que vai se afastando devido como eles tratam do problema de formas diferentes, ou como indivíduos. O filme não faz julgamentos sobre as diferentes posturas de Ramón e Céline, apresenta como cada um pode e deve ter suas maneiras de lidar com traumas profundos ocorridos de uma tragédia.

O filme é bem sensível sobre traumas e relacionamentos. O casal que podia se agarrar em seus traumas e se isolarem da sociedade, mas não faz distinção sobre como cada um deles realmente sentiu e tentou superar os problemas surgidos do atendado. Um filme que serve para reflexão e discussão sobre o assunto.

 

Nota: 4,0 estrelas

 

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