O Filme de Rene Guerra tem como proposta ser uma comédia, mas infelizmente não se enquadra nesse gênero. Está mais para um filme policial inusitado. Nos 80 minutos do filme não tem uma cena sequer que tire uma única risada. Então quem espera rir vai se decepcionar.

A história é focada na primeira serial killer do Brasil chamada Kelly que é cantora de forró e deixa um rastro de morte onde passa. O filme tem uma trajetória como esquetes para cada parte. Outro ponto é a falta de ligação entre as sequencias de acontecimentos. Serial Kelly começa e acaba da mesma forma sem muito sentido.

O roteiro de Rene Guerra e Marcelo Caetano mostra a intenção de falar do empoderamento feminino, mas os personagens têm uma construção rasa. Kelly ganhou mais força com Gaby Amarantos que merece aplausos pelo talento não só como cantora, mas como atriz. O filme mostra para o mercado cinematográfico que Gaby Amarantos tem potencial para fazer diversos personagens em diversas histórias, o céu é o limite. Uma pena que a personagem não tem uma construção mais sólida. Não vemos quem ela é e porque ela chegou no ponto em que o filme começa e o fim não ajuda. Para completar, a antagonista que é a delegada que caça a serial killer, também não tem força e não é demérito da atriz Paula Cohen que tem bons trabalhos na carreira, mas sim da falta de construção mais sólida dessa personagem no roteiro.

Ainda bem que Rene Guerra escolheu Gaby Amarantos para interpretar sua protagonista.  Foi exatamente o talento, a força e o carisma de Gaby Amaranto que salva o filme. Seu trabalho como atriz é sem dúvida admirável. Ela na verdade acaba com a responsabilidade de abraçar a causa e seguir em frente, seja lá o que for que a personagem a levar a fazer.

O excesso de nudez e sexo não acrescentam nada a trama que já tem problemas para se sustentar. Só é mais um ponto negativo para o filme que tinha tudo para dar certo, mas infelizmente não chegou a ser o que pretendia.

Em termos técnicos, a fotografia de Pedro Urano é escura e só fica mais clara na cena do Shopping e nas cenas de rua e praia. Já a direção de arte de Karen Araújo merece atenção e tem uma preocupação em acertar os detalhes de objetos de cena e acertou precisamente. O figurino de Kika Lopes acerta em alguns momentos e em outros fica um pouco confuso, como o macacão de um ombro só quando ela sai da água.       

Mas a vida é feita de acertos e erros e os filmes também e acho melhor focar nos acertos e  prestar atenção nos erros que podem ser corrigidos nos próximos filmes.

Pode ser que a história não seja tão boa, mas com certeza vale conferir a nova vertente de Gaby Amarantos.

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