Fio de Afeto é dirigido por Bianca Lenti e conta com participações de Zezé Motta e Heloísa Buarque de Holanda (Foto: Divulgação)

Fio do Afeto é exibido na Sala Itaú Cultural às 19h da terça-feira 29 de novembro. Sob direção de Bianca Lenti, o filme acompanha a trajetória de oito mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas, de periferias e centros urbanos. Assim, mostra como muitas brasileiras em situações de vulnerabilidade se articulam nas brechas do tecido social para tentar superar os desafios sociais, políticos e econômicos causados pela pandemia de Covid-19. Em uma tradição secular de apoio mútuo, rendeiras, bordadeiras, costureiras e modistas alinhavam seus retalhos em uma potente colcha de proteção. 

Entre as histórias de Irene, Gilmara, Domingas, Eliana, Jaqueline, Josie, Valdiene e Vânia, ícones brasileiros costuram a narrativa: a atriz Zezé Motta, que interpreta textos da autora Conceição Evaristo, e a escritora e ensaísta Heloisa Buarque de Hollanda.   

Como toda programação do Itaú Cultural, os ingressos são gratuitos e podem ser reservados pela plataforma INTI, disponibilizados nesta quarta-feira, 23 de novembro, O acesso é pelo site da instituição.

Realizado pela Rede Asta em parceria com a Fundação Vale e a Giros Filmes, o documentário revela como milhares de mulheres transformaram suas trajetórias pessoais ao mesmo tempo em que contribuíram para o combate à Covid-19. Elas formaram uma rede solidária de confecção e doação de máscaras, como integrantes do programa social Máscara Mais Renda, cujo objetivo era gerar renda para mais de 2,5 mil costureiras e artesãs que, durante a crise sanitária, perderam empregos e recursos para seu sustento e de suas famílias.  

Elas são símbolos de resistência, ao se mostrarem capazes de garantir independência financeira em relação aos seus companheiros, segurança alimentar de suas famílias e autocuidado para preservar ao máximo a saúde física e mental. 

No documentário, Heloisa Buarque de Hollanda fala sobre os muitos feminismos possíveis, conta a história recente da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros e anuncia a chegada de uma quarta onda feminista – a mais revolucionária de todas, que será preta, indígena, comunitária. Zezé Motta interpreta textos de Conceição Evaristo, escritora que, em suas linhas, tece histórias de ancestralidade, da resistência por meio do afeto e da luta, da relação visceral entre mães e filhas, dos muitos lutos impostos às mulheres pretas brasileiras. Cada palavra de Conceição, na voz de Zezé, refere-se às trajetórias das personagens e exalta as mulheres que vieram antes delas, suas conquistas e seus legados. 

A narrativa sobre o feminismo revela a importância do artesanato na vida de muitas brasileiras. “Tem algumas práticas das mulheres que são malvistas, ou consideradas menores, mas que são de onde elas tiram, politicamente, seu lugar”, diz Heloísa no filme. “Uma especial é o bordado. Os bordados dizem muito, têm muito do território sendo desenhado em volta e é uma coisa de um nó segurando em outro nó, que segura em outro nó. O ponto, quando vem no bordado, é final, sinal de que acabou. O que é importante no bordado é essa corrente, ele é um canal de comunicação absurdo”, completa ela. 

FICHA TÉCNICA 

Direção: Bianca Lenti 

Produção Executiva: Bianca Lenti, Belisario Franca e Maurício Magalhães 

Direção de Produção: Olivia Buarque 

Direção de Fotografia: Lucas Freitas, Edu Freire, Fernanda de Sena, Fernando Solidade
Montagem: Tatiana Gouveia 

Pesquisa: Carolina Ribas 

Participação Especial: Zezé Motta e Heloísa Buarque de Hollanda 

Serviço:

Fio do Afeto 

Documentário, 72 min, direção de Bianca Lenti. 

29 de novembro (terça-feira), às 19h 

Sala Itaú Cultural – Av. Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do Metrô 

Entrada gratuita. 

Os ingressos estão disponíveis para reserva pela plataforma INTI, cujo acesso é feito pelo site www.itaucultural.org.br. 

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