Após 11 anos de ausência das grandes telas, a franquia Shrek retorna com o segundo filme solo do Gato de Botas. Nessa nova aventura, o protagonista continua sua vida de peripécias e perigos sozinho, até que finalmente só lhe reste uma única vida – usando o jargão das 9 vidas de um gato (para nós latinos, a lenda fala em 7 vidas; mas nos países de língua anglo-saxã a lenda fala em 9, e isso causa um estranhamento no público brasileiro quando essa informação surge durante a história). Neste filme, Gato de Botas passa a ser perseguido pelo Grande Lobo Mau (dublado no original pelo ator brasileiro Wagner Moura, que acaba não sendo aproveitado na dublagem brasileira), e, com medo de perder sua última vida, acaba se aposentando e indo morar em uma casa cheia de outros felinos. Nosso herói, porém, relutantemente volta a vestir sua capa e botas quando descobre a possibilidade de recuperar suas vidas através da mítica estrela do Último Desejo.

 

O que mais se destaca nesta película é a utilização de dois estilos de animação distintos: durante a maior parte da história, é utilizada a técnica de animação em 3D, o padrão de todos os filmes da franquia Shrek; já durante as cenas de luta, que são mais ágeis, os diretores (Joel Crawford e Januel Mercado) optaram por utilizar a mesma animação estilizada apresentada em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, que deixa os gráficos mais dinâmicos e cria uma linguagem mais moderna, o que pode atrair o público mais jovem. Como a troca do estilo de animação é feita apenas em trechos específicos, isso torna a história mais fluida e interessante, fazendo com que o espectador sinta uma certa empolgação nesses momentos de mudança.

 

“Gato de Botas 2” mantém a tradição da franquia Shrek de apresentar novas interpretações de contos de fadas clássicos. A reinterpretação mais interessante neste filme é a da Cachinhos Dourados e os Três Ursos, na qual a história original é respeitada ao mesmo tempo em que apresenta um novo olhar, torna-a muito divertida. Outra participação muito boa nesta película é de um personagem que surpreendentemente não tínhamos nos perguntado como não havia aparecido antes, e que soma um humor muito grande à história. (Sem spoilers!)

 

“Gato de Botas 2: O Último Pedido” pode significar um recomeço da Dreamworks no universo Shrek, desde que o estúdio saiba manter a essência da história em roteiros de comédia que sejam sagazes e que, ao mesmo tempo, consigam trazer alguma novidade.

 

Nota: 3,5 estrelas

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