Nos últimos anos temos testemunhado que os cineastas de Hollywood vêm tentando quebrar a tradição de que toda adaptação cinematográfica de jogos de tabuleiro ou de videogames acaba sendo ruim. Em “Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes” os diretores John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein conseguem quebrar esse feitiço ao trazer às telas uma aventura instigante inspirada no mais clássico jogo de tabuleiro de todos os tempos.

 

Após três tentativas frustradas de adaptar esse jogo no início deste século, que criaram versões tão vergonhosas que fariam Roger Corman corar de tão ruins, a nova adaptação é bastante honesta e eficiente. O filme é estrelado por Chris Pine, no papel do trovador que bola os planos de ação do grupo de aventureiros, e por Michelle Rodríguez, no papel da guerreira de bom coração que conquista a todos. A trama promete agradar tanto aos jogadores experientes de D&D, quanto às pessoas que nunca tiveram a oportunidade de entrar numa mesa desse jogo.

 

Seguindo o ritmo dos RPGs, a nova aventura se inicia após uma divertida introdução feita por Edgin (Pine), que nos apresenta os conceitos básicos do universo para o qual estamos sendo transportados. A jornada experienciada pelos protagonistas vai nos revelando aliados que se juntarão à sua luta e também as peculiaridades do mundo no qual a história se passa. Os diversos clichês usados na caracterização dos personagens de D&D estão presentes no filme, bem como também estão presentes os artefatos utilizados no jogo. Esses utensílios são bem explorados nesta adaptação, sem que seja tirada a fluidez da história para que sejam incluídas maiores explicações sobre eles. O roteiro cria um bom equilíbrio entre ação, aventura e comédia, construindo um filme ágil e divertido de ser assistido. Além das referências ao próprio jogo, estão presentes também referências ao clássico desenho animado de D&D criado nos anos 1980 e até a Monty Python.

 

Durante a aventura, alguns personagens secundários ficam meio esquecidos e isso poderia ser visto como um erro de roteiro em um filme convencional. Porém, por se tratar de uma adaptação de um RPG, isso pode ser visto também como um caso de NPC, que acontece quando o jogador do personagem em questão falta à um dos dias do jogo, mas ele continua na aventura. Em todo o caso, se essa foi realmente a intenção do roteiro, teria sido melhor explicitar essa piada para o público. Ainda assim o que mais faz falta no filme é um aprofundamento nas histórias pessoais da maioria dos personagens, os quais acabamos conhecendo apenas superficialmente.

 

No geral, “Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes” é um bom filme, que diverte e entretém bastante, quebrando a tradição de adaptações cinematográficas ruins de jogos de tabuleiro.

 

Nota: 4,0 estrelas

 

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