Talariquei: ‘Xuxa, O Documentário’ tem bons momentos, mas falha com blindagem

Xuxa, a rainha dos baixinhos. Um ícone brasileiro. Resolvi ver os primeiros episódios da série “Xuxa, O Documentário”, da Globoplay, que percorre a trajetória dela, com acervo exclusivo, entrevistas inéditas e reencontros significativos.

O primeiro episódio bebe puramente na nostalgia e na boa edição e montagem, bem como o primeiro de “A Superfantástica História do Balão” da Star+. Contudo, a série do Balão Mágico mergulha mais nas falhas daqueles seres humanos e nos traumas causados pela fama fenomenal.

A série de Xuxa impressiona pelo fanatismo do público, mas mantém uma blindagem, e uma aura de perfeição em cima dela. O segundo episódio traz o encontro com o ator Marcelo Ribeiro, de “Amor, Estranho Amor”. Quando tinha apenas 18 anos, Xuxa atuou com ele, que tinha 12 na época, nesse filme que acabou ficando polêmico. Antigamente, diziam que a apresentadora havia comprado todas as fitas do filme, e tentado apagar aquilo de sua história. Hoje, com a internet, é mais fácil assumir, e ressignificar. Esse episódio faz isso, mas o encontro entre eles rende pouco além de percebermos a frustração de Marcelo por não ter conseguido seguir carreira.

Sasha e Xuxa

Em seguida, vemos mais sobre o sonho de Xuxa de ser mãe, e como isso acabou acontecendo com Luciano Szafir, o qual foi usado para isso. Xuxa e sua filha Sasha juntas vendo o vídeo do nascimento desperta algumas emoções.

Esse terceiro episódio apresenta cenas mais interessantes e prepara o terreno para o esperado encontro entre Xuxa e Marlene Mattos após 19 anos sem se falar. Fica sempre a dúvida de o quanto Xuxa era controlada por Marlene, mas a obra escolhe por manter a imagem de ambas como está.

O que incomoda é que muitas paquitas ou outras pessoas que fizeram parte da história da estrela principal, mas que hoje não fazem mais, nem aparecem, como uma das paquitas mais famosas, Andreá Sorvetão, cuja visão política diferiu da famosa apresentadora nos últimos anos. São figuras que fazem falta e enriqueceriam a série.

Entretanto, a paixão da apresentadora com Ayrton Senna é uma das melhores coisas, pois ficamos com a mesma dúvida dela “e se”? No geral, até agora, a série demonstra altos e baixos, mas a figura de Xuxa é muito potente e segura a curiosidade do espectador.