Foto: Leo Lage

O Brasil tem uma diplomacia bstante conhecida em todo o mundo e em 1944 protagonizou um episódio marcante na Inglaterra: uma exposição de pintores modernistas brasileiros. Em tempos em que o fascismo e o nazismo marcavam a Europa, o país trazia uma crítica aos regimes totalitários que dominavam o continente. Este fato é explorado em pronfundidade em Arte da Diplomacia, novo longa de Zeca Brito que foi premiado em Gramado neste ano como melhor longa gaúcho com Hamlet. O filme surgiu após a exposição que celebrou os 74 anos deste episódio singular da nossa história, em 2018. 

O filme tem as tradicionais marcas do diretor: um forte posicionamento político progressista e uma participação ativa no filme. Isso o espectador pode perceber em diversos momentos e se tornou uma marca de suas produções. Também tem depoimentos importantes de familiares de artistas e curadores de galerias e museus de diversas cidades britânicas onde estão as obras e do Itamaraty.  

A proposta de poder preservar a memória contando um dos episódios mais marcantes da história da diplomacia brasileira é relevante e o documentário o traz de uma maneira muito impactante e didática. Além do registro histórico, traz questionamentos atuais e importantes sobre a falta de representatividade na escolha dos artisitas e o por quê de alguns artistas tiverem mais fama e prestígo que outros que também fizeram parte da mostra.

Em aspectos técnicos, o filme tem um roteiro consistente e uma montagem que faz um bom amarrado dos assutos abordados sem perder a essência que o Zeca propõe a trazer. O outro ponto que o filme consegue trazer são as conversas com os participantes que trazem um ar de espontaneidade e naturalidade que quebra os padrões de documentários sobre arte. 

Arte da Diplomacia tem um papel importante e muito simbólico ao falar da preservação da história de nossa arte brasileira e como ela pode falar muito sobre a nossa cultura. Também traz um relatode como a diplomacia ajudou a abrir portas para o Brasil, mesmo que na época da exposição estivéssimos vivendo a ditadura do Estado Novo. A nossa arte hoje é reconhecida e aclamada no mundo todo e o filme consegue capturar isso com densidade e ressaltar o papel de nossa arte para a construção da nossa imagem no mundo. 

 

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