Divertido

 

O diretor Edson Spinello dirige o filme que conta a história da Banda Mamonas Assassinas. Ao longo de 27 anos desde a tragédia que vitimou os cinco rapazes de Guarulhos, algumas homenagens foram feitas, uma peça musical, documentário, e as músicas da banda sempre são presenças cativas em festas em todos os cantos do Brasil. Agora é a hora da homenagem chegar as telas de cinema.

Com produção da Total Entertaiment e distribuição da Imagem Filmes, o filme aposta na conexão entre o público e os Mamonas Assassinas.

O filme conta a história da banda de rock irreverente Mamonas Assassinas composta por cinco integrantes: Dinho, Júlio Rasec, Bento e os irmãos Samuel e Sérgio Raoli. A Banda dos meninos de Guarulhos batalhou muito para fazer sucesso e conseguiu se tornar uma das bandas mais amadas do Brasil por sua irreverência, b0m humor e um jeito único que uniu música e performances. Foram oito meses de sucesso até a tragédia que vitimou os cinco rapazes de Guarulhos  ao voltar do último show de sua extensa turnê pelo Brasil.

Em 1993, o Brasil chorou e entrou em comoção  com a perda de seus artistas. Suas músicas atravessaram as gerações seguintes e sempre toca em festas e conquistou um público que não os conheceu. É interessante saber como aconteceu a história de músicos que se tornaram importantes para o público.

A melhor coisa do filme está na caracterização dos personagens centrais, na direção de arte, e claro, a trilha sonora. Os atores estão muito bem caracterizados. Quase todos vieram do teatro musical com exceção de Beto Hinoto, que é músico e sobrinho de Bento. Detalhe impressionante é que o sobrinho se parece muito com o tio que não chegou a conhecer.

O entrosamento entre eles ajudou a dar liga para os cinco Mamonas. O ator Ruy Brissac já tinha interpretado Dinho no teatro musical e conquistou a vaga no filme repetindo o feito, só que em outra linguagem. O que muda a maneira de interpretar. Enquanto no teatro musical tudo é macro, no audiovisual é mais minimalista para se tornar mais realista. No início podemos notar que Ruy está mais teatralizado no início e depois vai ficando mais confortável no audiovisual. O que é normal numa transição de linguagem.  Mesmo assim, Ruy Brissac fez um bom trabalho como Dinho. Basta olhar para ele e ver o Dinho!

Robson Lima interpretou Júlio Rasec e também está bem e com uma interpretação mais linear. Ele constrói um Júlio bem natural e mostra que tem talento para seguir no cinema.

Os irmãos Sérgio e Samuel Reoli são interpretados por Rener Freitas e Adriano Tunes. Os dois também funcionam bem na dinâmica onde mostram características dos irmãos. Enquanto Sérgio é mais brigão com o temperamento mais explosivo, mas é sempre protetor com seu irmão Samuel, que é mais doce e mais ingênuo. Mesmo assim, é Samuel quem sempre acalma o irmão e o convence de fazer as coisas. Tanto Rener, quanto Adriano conseguiram trazer a essência dos irmãos Reoli para a tela grande.

Quanto ao restante do elenco temos interpretações que cumprem a meta, mas nada que se destaque. O ator e produtor de elenco Jarbas Homem de Melo interpreta o pai de Dinho, Hildebrando, e está bem, pena que a atriz Guta Ruiz, que interpreta, Célia, a mãe de Dinho não teve tantas chances de mostrar o que poderia fazer. Essa personagem ficou meio escondida na história, assim como a irmã Grace Kelly interpretada por Isa Presotto. Para ser justa, essa foi a família que mais apareceu na trama. Os pais dos irmãos Reoli apareceram menos, e os pais de Júlio e Bento menos ainda. Uma pena! porque mostrar essa relação familiar mostra toda a base desses meninos. Porque sem essa base, esse apoio eles teriam se perdido e a união e lealdade entre eles não aconteceria. Já o empresário Rick Bonadio foi interpretado por Ton Prado que imprime simpatia ao personagem.

A banda durou 8 meses porque o acidente de avião interrompeu  o que poderia ter sido uma sucessão de desafios de criatividade e adaptação do estilo através dos anos.

As namoradas foram mal retratadas. Então, como sempre digo, atores não são mágicos, fazem o que podem com o que é oferecido. As namoradas não foram bem retratadas.  A namorada do Sérgio, sim, e a segunda namorada do Dinho também. A primeira namorada de Dinho foi uma pessoa ruim, e a fusão das namoradas de Dinho em uma pessoa manipuladora que queria isolar Dinho de todos não foi um bom caminho.

A intenção é mostrar a integridade da amizade entre eles, mas poderiam ter feito isso de outra forma, já que estão contando uma história real.

Apesar do filme ser divertido e Infelizmente a montagem parece muito primária e não ajuda o filme como deveria. O roteiro do autor de novelas e estreante no cinema, Carlos Lombardi, parece feito às pressas. Talvez por isso, as falhas no filme como a construção das canções que a banda compôs que fizeram e fazem ainda tanto sucesso por 27 anos. A única canção que mostrou uma construção de composição foi “Chopin” na cena em que Dinho e Júlio compõe no estúdio logo após uma conversa entre eles.

A composição das canções: “Pelados em Santos”, Robocop Gay”  foram jogadas no estilo: “Toca qualquer coisa ai”. E do nada surgia letra, melodia, harmonia e todos eles sabiam a música completa sem errar nada. Mesmo assim, quando as apresentações vão acontecendo no filme, você se diverte. Pode até cantar junto, desde que seja baixo sem incomodar os vizinhos.

Pode ser que você não se incomode com falhas técnicas, mas com certeza, o filme é divertido e mesmo com alguns problemas, temos um filme que cumpre com sua missão, a mesma missão dos Mamonas, divertir o público!

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