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Itaú Cultural Play recebe curtas-metragens protagonizado por grandes atrizes brasileiras

Lucas Furtado

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Desde o último dia 7, a Itaú Cultural Play recebe quatro curtas-metragens estrelados por algumas das maiores atrizes nacionais: A dama do Estácio (2012), com Fernanda Montenegro, Acalanto (2013), com Léa Garcia (1933-2023), Deixa (2023), com Zezé Motta, e Angela (2019), com Teuda Bara. Os filmes, a maioria premiados em festivais do Brasil e do mundo, registram vivências diversas de mulheres idosas, percorrendo questões como o machismo, o etarismo, o amor, a solidão e o afeto.

Homenageando também as realizadoras do cinema nacional, o catálogo ainda recebe Mutum (2007), longa-metragem premiado da cineasta carioca Sandra Kogut, baseado na novela Campo Geral (1964), de Guimarães Rosa.

Por volta de 2010, o cineasta carioca Eduardo Ades, ainda um jovem no início da carreira, teve a ousada ideia de reunir novamente o elenco de A Falecida (1965), clássico filme baseado na peça homônima de Nelson Rodrigues (1912-1980) e que marcou a estreia de Fernanda Montenegro nas telas do cinema, para uma espécie de “continuação” do longa-metragem. Daí surgiu A dama do Estácio, curta-metragem lançado em 2012 e premiado em 2013 como melhor filme, direção, roteiro e atriz em festivais como o Brazilian Film Festival of London e o Fest Aruanda, em João Pessoa, na Paraíba.

Nessa “sequência” do filme de Leon Hirszman (1937-1987), Fernanda Montenegro vive uma outra Zulmira, não mais uma esposa de família, como na história original, mas sim uma prostituta carioca de longa carreira que, assim como a personagem de Nelson Rodrigues, acorda obcecada com a ideia de morrer. Tomada por esse pensamento, então, Zulmira começa uma jornada inusitada atrás de um caixão.

Com atuações marcantes de Fernanda e dos atores Nelson Xavier (1941-2017) e Joel Barcellos (1936-2018), que integraram o elenco em 1965, o filme de Ades atualiza as perspectivas sobre machismo e moral presentes na peça. Traz, também, um deleite para os fãs da sétima arte, que podem assistir à histórica cena na qual Zulmira se banha na água da chuva, feita de novo por Fernanda quase 50 anos depois.

A veterana Léa Garcia, morta em 2023, é a protagonista de Acalanto (2013), curta-metragem maranhense do diretor Arturo Saboia, que, no ano de sua estreia, levou os principais prêmios da categoria no Festival de Gramado, como o de melhor filme do júri oficial e do júri popular, melhor direção e melhor atriz.

Na trama, Léa vive Dona Luiza, uma senhora que não vê o filho há anos. Para matar a saudade dele, ela, que é analfabeta, recorre a Chico, um conhecido – vivido pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos, que tem papéis em produções nacionais premiadas, como Carandiru (2003), de Hector Babenco – para que ele leia repetidas vezes a única carta enviada pelo rapaz. A partir daí, o que parecia uma simples carta se torna uma jornada de reencontros e cumplicidade.

Em Deixa (2023), curta-metragem de Mariana Jaspe, a grande atriz e cantora fluminense Zezé Motta é Carmen, uma mulher idosa que aproveita seus últimos dias de liberdade ao lado do jovem Pedro, antes que o marido dela saia da cadeia. O filme, que conquistou, em 2023, o prêmio do júri no 44° Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, em Havana, Cuba, é uma reflexão sensível sobre o machismo, o etarismo e as barreiras invisíveis que a sociedade impõe às mulheres. 

O último curta-metragem entre as estreias na plataforma também captura, com sensibilidade, uma história de uma mulher idosa. Trata-se de Angela (2019), de Marília Nogueira. Teuda Bara, uma das fundadoras do Grupo Galpão, aclamado grupo mineiro com mais de 40 anos de existência, é a protagonista, que dá nome ao filme.

Angela vive sozinha, abandonada por um filho ausente, e coleciona receitas médicas de doenças que nunca teve. Ela tenta esconder esse segredo dos vizinhos, mas quando as circunstâncias já não podem ser ignoradas, o afeto de uma nova amizade lhe dá uma outra perspectiva de vida. O filme foi gravado em Mateus Leme, pequena cidade de Minas Gerais, e integra uma trilogia de histórias interioranas de Marília Nogueira.

Por fim, os lançamentos em celebração do mês da Mulher contam com o aclamado longa-metragem Mutum (2007), de Sandra Kogut. O filme, primeira ficção da diretora, é uma adaptação da novela Campo Geral (1964), de Guimarães Rosa. Nas telas, o menino Miguilim, protagonista do livro, é Thiago, garoto de 10 anos que mora em um distrito rural isolado no sertão de Minas Gerais. De vida humilde, o garoto passa seus dias em meio aos animais que a família cria e brincando com seu irmão e único amigo, Felipe.

Conforme cresce, Thiago, que sempre foi diferente dos outros meninos, começa a ter de lidar com o mundo dos adultos, repleto de silêncios, brigas e violência. O triunfo do filme está justamente na capacidade de transmitir a realidade da vida a partir dos olhos de uma criança. Exibido em Cannes e premiado em vários festivais nacionais e internacionais, como o Festival de Berlim, Mutum consolidou Sandra Kogut como uma das principais diretoras do Brasil. Uma curiosidade interessante sobre o filme é que boa parte de seu elenco é composto por moradores reais do sertão mineiro, inclusive o garoto Thiago da Silva Mariz, que vive o protagonista.

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