Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice, Beetlejuice

Crítica de “ Os Fantasmas Se Divertem: Beetlejuice,  Beetlejuice

por Andréa Cursino

Esse é um dos filmes mais aguardados do ano! Essa é a continuação de “Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem” de 1988, um dos clássicos dos anos 80 e da filmografia de Tim Burton.

Para os que estão ansiosos para saber como Tim Burton conta a história da família Deets e seus Fantasmas, 36 anos depois, pode respirar tranquilo!  O filme é divertido e tem a essência do primeiro filme.  O roteiro poderia ter sido melhor,  mas o que não quer dizer que é ruim, alguns pontos poderiam ter mais atenção,  mas mesmo assim,  é um bom filme, uma continuação digna da obra original. Com certeza Os fantasmas ainda se divertem e nos convidam para acompanha-los nessa diversão.

A primeira coisa positiva é que Tim Burton trouxe de volta a maior parte da equipe do primeiro filme. Isso facilita muito ter uma coerência entre os dois filmes.  Temos que lembrar que entre um e outro tem 36 anos de distância. As mudanças são inevitáveis e as comparações também.  O ideal é não comparar um com o outro,  só olhe para o Beetlejuice,  Beetlejuice como uma linda e divertida visita ao passado de roupa nova. Nem mesmo Tim Burton quer fazer um filme que vai ofuscar seu clássico.  

Do elenco original estão de volta Michael Keaton,  Winona Rider e Catherine O’Hara. Ainda bem que estão todos bem com saúde e bons trabalhos atuais. Não seria possível fazer esse filme sem eles. Michael Keaton está ótimo como no primeiro filme e até mais divertido. Winona Rider que interpretou Lydia no primeiro filme,  volta interpretando uma  Lydia adulta, mãe e que usa seus dons mediúnicos em um programa de TV.  Ela tem um conflito com sua filha rebelde Astrid, interpretada pela nova estrela de Tim Burton,  Jenna Ortega, que fez sucesso no mundo todo na série “Wandinha” criada por Tim Burton. Para completar temos a madrasta excêntrica de Lydia, Delia, interpretada por Catherine O’Hara.  Délia é uma artista plástica sem noção, mas mostra que a relação entre ela e a enteada amadureceu e as duas se tornaram amigas. A atuação dela continua ótima.

As novidades no elenco ficam por conta de Mônica Bellucci que interpreta Delores, a ex-mulher de Beetlejuice que caça ele durante o filme.  O personagem parece interessante, mas a personagem vai enfraquecendo à medida que a história vai avançando. Tim Burton tem como tradição sempre ter suas companheiras em seus filmes. Agora é a vez de Monica Bellucci. A personagem parece uma colagem de várias personagens da obra de Burton. Ela tem um toque de Emily de “Noiva Cadáver”, Sra. Lovett de “Sweeny Tood: O Barbeiro Demoniaco da Rua Fleet”, Mortícia Addams de “Wandinha” e  Angelique de  “Sombras da Noite” só que essa personagem é bem malvada. Ela é um espírito do mal sugadora de almas.   

Outro vilão está na história,  Jeremy , interpretado Arthur  Conti (A Casa do Dragão) ele o grande motivador de conflito do filme.

Temos uma participação especialíssima de Danny De Vito como um dos fantasmas. Do mundo dos mortos.

As ausências sentidas, mas entendidas, são Geena Davis,  Alec Baldwinb e Jeffrey Jones. Geena Davis e Alec Baldwin interpretavam o casal Adam e Barbara que eram os fantasmas que ficaram presos na sua casa. Realmente não tinha como trazer de volta Jeffrey Jones por conta do motivo da sua prisão, pedofilia. Hollywood não abre oportunidade para quem comete esse tipo de crime. As solução foram acertadas.

A trilha sonora tão importante no primeiro filme chega ao segundo filme tão importante, quanto no primeiro, mas sem a empolgação da primeira trilha. A música que virou referência do filme “Day-O” de Henry Bellafonte, ganha uma nova versão, mas dessa vez, um pouco mais melancólica.

Posso dizer que “Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” é uma linda homenagem de Tim Burton revisitando sua obra. Em momento nenhum o diretor quis que esse filme ofuscasse um dos filmes mais importantes da sua carreira. Mesmo assim, ele merece ser visto na sala de cinema!