Connect with us

Críticas

Crítica: Zé

Lucas Furtado

Published

on

O longa Zé conta a história de José Carlos da Mata Machado, que era líder do Movimento Estudantil Brasileiro e participava de um movimento de resistência contra a ditadura. Perseguido pelos militares, ele foi para o Nordeste para trabalhar na conscientização política de trabalhadores, na clandestina. A partir deste momento, diversos fatos ocorrem em sua vida pessoal.

O filme tem aspectos que merecem ser destacados que vão pelo roteiro fluido e bem coeso e pelos diferenciais que dão o tom da produção.

É um drama que é baseado no livro de Samarone Lima que conta a história do integrante e um dos dirigentes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML) assassinado em 1973 e tem um diferencial: não explora a violência sofrida por Zé, mas a sua vida e os dramas familiares. As únicas cenas mais violentas estão no fim.

O fio condutor de cada episódio que a trama conta são cartas que ele envia a sua família e na qual aparece lendo estas mensagens. Isso é outro diferencial que ajuda a trazer coesão a história e fazem ter uma sequência lógica que impacta o espectador em diferentes tons.

Das decisões difíceis de sua vida política até a falta de oportunidades após o desmantelamento dos grupos que liderava, a trama não traz exageros e tenta humanizar o personagem e as pessoas aliadas que estão ao seu redor. A aposta em retratar os seus dramas acaba trazendo um outro sentido para a própria história e para o espectador.

Essa aposta em trazer um outro tom para o longa também reforça uma qualidade que é o roteiro fluído, sincronizado com as ideias que o filme quer levar ao público e com uma estrutura bem formatada.

O grande aspecto negativo da produção são algumas cenas que acabaram ficando superficiais como nas cenas dentro de fábricas para conscientização política e na discussão sobre deixar os filhos com uma família enquanto vão para Recife. Elas tiveram atuações que ficaram parecendo forçadas e sem naturalidade.

As atuações de Caio Horowicz como Zé e a de Eduarda Fernandes como Bete são boas no geral, mesmo com algumas oscilações durante o longa. Estes momentos que ficaram superficiais não comprometem o resultado final que é um filme regular e consistente nos propósitos.

Zé traz uma obra contada de uma maneira bem diferente do habitual que envolvem a ditadura militar e tem na história como seu ponto forte. Mesmo com alguns percalços, o filme é correto na sua produção e retrata col humanidade a história de um personagem importante na luta contra a ditadura no Brasll.

Trending