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Críticas

Crítica: Até que a Música Pare

Lucas Furtado

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Até que a Música Pare traz uma história em que dois elementos são os fios condutores de um forte abalo em um casal: uma tartaruga e cartas de baralho. A trama se desenrola com Chiara (Cibele Tedesco) passando a acompanhar as vendas de seu marido Alfredo (Hugo Lorensatti) para botecos, após a partida de seu último filho, e episódios diversos são revelados. A trama de Cristiane Oliveira retrata, com sutileza, os conflitos familiares modernos com discursos de ódio contaminando relações.

A forma como a história e as relações são construídas é muito interessante porque a tensão entre os dois é crescente ao longo da produção. Sempre de uma maneira que exige uma atenção do público pelos detalhes que a história traz e que formam os desenvolvimentos e formam um filme bem construído.

Longa é o terceiro longa de Cristiane Oliveira como diretora (Foto: Divulgação)

A estrutura da história faz que a produção tenha um ritmo considerável de reviravoltas, sobretudo na reta final com o sumiço da tartaruga de Chiara e que traz um nível máximo de tensão entre os protagonistas. A fotografia é muito bem produzida e eleva a qualidade técnica da produção que é bem consistente.

A atuação dos protagonistas é muito sólida e conseguiram trazer todas as camadas que os seus personagens carrega. É uma produção que carrega muitos dramas e tensões que as pessoas vivem hoje em dia e não é fácil conseguir representar isso tão bem. Representa bem a abordagem sobre conflitos e o limite de tolerância.

O outro aspecto positivo na produção é o aspecto local que é muito valorizado na produção. A língua Talian, que é una mistura de português com línguas de imigrantes do Norte da Itália que chegaram ao RS no século XIX, traz uma atmosfera que é bem própria de algumas regiões do Rio Grande do Sul assim como a escolha de cidades, maioria na região da Serra Gaúcha. Antônio Prado, Veranópolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano foram os locais das gravações do longa. Isso traz uma autenticidade muito enorme a produção que é muito rica e fortalece a produção.

Cristiane Oliveira que roterizou e dirigiu o longa conseguiu fazer um extrato real de una situação cada vez mais comum na sociedade em um roteiro simples, com sutilezas na história que trazem robustez e qualidade em um cenário interiorano e com suas características locais. É uma trama muito sólida e madura que tem muitas qualidades e méritos como produção e traz uma reflexão sobre o que vivemos como sociedade.

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