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Críticas

Crítica: Ainda Somos os Mesmos

Lucas Furtado

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Ainda Somos os Mesmos retrata um dos episódio tenso envolvendo as ditaduras militares na América do Sul: a tentativa de invasão da embaixada argentina pela ditadura chilena em 1973, após o golpe feito por Augusto Pinochet. O filme tem uma sólida produção e é tenso.

É uma caracterização de um fato histórico e inicialmente mostra o embaixador argentino tentando convencer os militares chilenos a não invadirem o prédio para prender um grupo de brasileiros. Importante contextualizar que uma entrada não autorizada do prédio significa uma grave violação dos tratados internacionais, já que embaixadas são territórios de outros países e é um direito conceder asilo.

Depois a produção acompanha a tensão entre os brasileiros que estão na embaixada e criam um racha sobre como vão conseguir sair de lá e buscar um asilo em outro país.

É um filme com uma produção muito sólida e bem construída, inclusive com participação na preparação de um dos sobreviventes do episódio que é João Carlos Bona Garcia, ex-guerrilheiro do grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Ele participou das leituras do roteiro e morreu em 2021 de Covid-19. Essa participação de personagens que vivenciaram estes momentos são importantes para dar realidade ao filme.

O roteiro é um dos pontos altos da produção e conseguiu colocar na trama muita realidade na ficção e fazer uma história com forte carga dramática e de alto impacto. É linear e correto em sua construção e traz ao público um episódio não muito lembrado, mas significativo da tensão do Chile pós-golpe de estado e de toda a América do Sul.

Outro acerto é a escolha da música tema que é tocada no final da produção que é “Como Nossos Pais”, de Belchior que ganhou uma versão de Thedy Corrêa. Um trecho de um dos principais versos dá o nome ao longa e o vocalista do Nenhum de Nós traz uma interpretação muito tocante e potente da música.

O filme é muito bem construído e tem boas atuações como a de Carol Castro que interpreta Clara que tem uma participação impactante na produção. Entretanto, os outros dois protagonistas tem atuação apagada que são Edson Celilari e Lucas Zaffari, respectivamente, como Fernando e Gabriel e foram irregulares na produção com algumas cenas em que foram bastante forçados em suas atuações, mesmo com alguns bons momentos.

O filme de Paulo Nascimento consegue cativar o espectador com uma história muito dramática, tensa e com um registro histórico importante retratado de maneira bem contada. Não é fácil retratar na ficção fatos históricos reais e a produção retrata este episódio com precisão e perfeição.

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