Crítica: Quando Eu Me Encontrar

Quando Eu Me Encontrar é um filme com uma história que se desenrola a partir do desaparecimento de Dayane. A produção mostra como esse sumiço afeta a vida de Mariana, irmã mais nova, na escola, de Marluce, sua mãe e de Antônio, seu noivo, no trabalho e que busca amparo e respostas com uma das melhores amigas dela, a cantora Cecília. A trama tem um ponto de partida importante e atuações regulares.

O filme tem um propósito que é importante: falar de como um fato pode mexer com os sentimentos de una família toda. Durante todo o longa, as consequências aparecem de diferente maneiras da queda de rendimento de Antônio no trabalho até o soco de Mariana em um rapaz na escola e que lhe rendeu em uma suspensão. Aliás, este fato traz um final um tanto enigmático ao longa.

A produção tem um começo interessante, mas não consegue desenvolver muito do meio pro fim. Tem acontecimentos relevantes, tem reviravoltas, mas sempre fica a sensação de que a história poderia mais.

As atuações do elenco são regulares e em alguns momentos ficaram repetitivas com as limitações do roteiro, mas deram conta do recado. Destaco a Pipa que foi boa como a Mariana e Luciana Souza como a Marluce. As duas conseguiram fortemente se destacar em toda a produção.

Outro ponto interessante desta produção é a trilha sonora do filme que é muito bem escolhida e adequada a cada instante do filme. As diretoras Amanda Pontes e Michelline Helena afirmaram que o nome da produção foi inspirado na música “Preciso Me Encontrar” do Cartola. Foi um grande acerto e o título retrata com precisão o que a história quer dizer e entrega a todo instante.

Passar sentimentos, provocar reflexões e fazer o público ter uma percepção sobre os sentimentos do ser humano em momentos difíceis e situações complexas é interessante e uma função que a arte traz a sociedade vital. Quando Eu Me Encontrar tem méritos ao falar sobre a perda, o sumiço de quem nós amamos muito e como isso atinge muito a nós e em como agimos. A perda é um assunto difícil e sensível e o filme aborda de uma maneira sutil, poética as vezes e visceral em outras e é um mérito grande trazer esta abordagem para o cinema de uma maneira diferenciada.

Com pouco mais de 1h20 de duração, a produção poderia ter mais tempo e maos história. Cabia até para pelas limitações que trouxe no desenvolvimento da história, apesar dos bons ganchos que ela traz e do fim enigmático sobre o desaparecimento. Mesmo assim, o filme consegue cumprir a sua função.