Cinema
Estômago 2
Estômago 2 Entorna o Caldo em uma História Fraca
Após 17 anos, retornamos ao mundo de Raimundo Nonato, o Alecrim (João Miguel), agora já estabelecido na cadeia de comando do presídio. Ele chefia a cozinha, porém só prepara comida para o alto escalão: os agentes penitenciários, o diretor do presídio e o chefe dos presidiários Etecétera (Paulo Miklos). Essa rotina é quebrada com a chegada de um novo prisioneiro, Dom Caroglio (Nicola Siri), um mafioso siciliano barra-pesada, que quer controlar a estrutura da cadeira e ter Alecrim como seu cozinheiro particular.
Assim como no filme original, “Estômago 2” também apresenta duas linhas temporais, contadas paralelamente. A primeira conta a história vivida no presídio, no presente. A segunda conta a história de Dom Caroglio, vivida na Itália, no passado. A organização dessas duas linhas temporais é o primeiro problema do longa. Enquanto no primeiro filme ambas as histórias contadas dialogavam entre si (tanto temática quando narrativamente), em “Estômago 2” o roteiro não cria esse diálogo em nenhum ponto, não há convergência entre as duas linhas temporais. Inclusive não é explicado como Dom Caroglio saiu da Itália e terminou em um presídio paulista. O encaixe das histórias não se realiza, frustrando o espectador, que esperava encontrar essa conexão.
O roteiro também peca ao tentar criar um filme de máfia, utilizando todos os clichês fáceis e ideias óbvias já utilizados pelo cinema em obras com esse tema. Como a linha temporal da Itália é a principal do filme, a que dura mais tempo, esse excesso de clichês se torna um problema.
Ao focar na história italiana, o protagonista de “Estômago 2” é Nicola Siri, que tem boa performance, conseguindo tirar proveito de um roteiro fraco. Mesmo sendo agora um personagem secundário na história, João Miguel consegue arrancar risos com seu Alecrim, que funciona muito bem. Paulo Miklos está ótimo no papel do comandante dos presidiários. Ele entrega uma performance bastante visceral para o personagem e se destaca.
Outro problema de “Estômago 2” é a falta de food porn, um dos pontos altos do original e que é deixado de lado na continuação. É verdade que o espectador ainda sai do filme com alguma fome, mas nada comparado com a obra anterior, que trazia cenas nas quais era possível sentir o cheiro do prato que estava sendo preparado. Também faltou um pouco mais de sujeira no cenário da cozinha – deixaram o ambiente mais limpo e isso faz com que esqueçamos que estamos o tempo todo dentro de um presídio.
“Estômago 2” é um filme sem brilho, incapaz de apresentar algo novo e que fica muito aquém da obra original. Infelizmente o longa acaba se tornando mais uma daquelas sequências de filmes que não dizem ao que vieram.
Estômago 2 estreia no dia 29/08 nos cinemas
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