CRÍTICA: JACKIE

“Jackie” conta a história de Jackeline Kennedy (Natalie Portman) , dias após os acontecimentos que sucederam o assassinato de seu marido, o então presidente John F. Kennedy durante uma carreata presidencial em Dallas, no Texas, em 1963. Dirigido pelo chileno Pablo Larrain (Do cultuado “No”) e com roteiro de Noah Oppenhein (Da Série Divergente: Convergente), o longa conta em detalhes todo o sofrimento de Jackeline no evento que os americanos jamais esquecerão.

O roteiro bem escrito despe de qualquer vaidade a icônica ex-primeira- dama norte- americana, não focando nas futilidades que cercam essas mulheres, tais como luxo e sapatos, deixando isso para segundo plano. É uma visão mais profunda e perturbadora de uma pessoa que viu seu marido morrer na sua frente e teve que tomar duras decisões que acabaram norteando seu futuro.

Natalie Portman nos traz uma Jackie contida, recatada mas, ao mesmo tempo, forte e decidida, como é mostrada na entrevista na sua residência para um repórter. O momento mais esplêndido é quando ela limpa o sangue do seu marido no seu rosto e, logo após, ela tem que estar pronta e linda para a posse do então vice-presidente Lyndon B. Johnson, é de uma sutileza e um sofrimento inacreditável. Além dela, outro que está excelente é o ator Peter Sarsgaard, que interpreta Bobby Kennedy e que dá todo apoio a sua cunhada e sobrinhos num tom muito sublime.

Ponto positivo para a incrível reconstituição de época, particularmente o interior da Casa Branca, que foi televisionada pela primeira vez durante o governo de John F. Kennedy, no programa Uma excursão da Casa Branca com a Sra. John F. Kennedy, de 1962. Além disso, a trilha sonora que embala o filme (Autoria de Mica Levi) é bastante coerente com o período.

Por fim, o incrível trabalho de Natalie Portman, associada a direção precisa de Larrain e o roteiro bem escrito, nos entrega um filme tocante mas, ao mesmo tempo, real, diferente de outras histórias de personagens marcantes da nossa história, que são um tanto fanstasiosos.

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