O filme sul africano dirigido por Sibs Shongwe-La Mer é todo em preto e branco, salvo as memórias que coloridas com cores opacas. O tema é denso e mostra uma sociedade doente e perde sua bússola, seus objetivos e seu rumo na vida preenchendo com futilidades e processos autodestrutivos.

Sibs escreveu, dirigiu e atuou como o personagem principal Sep nesse longa. A dedicação para essa história é visível, mas precisamos buscar entender o porquê de tanto empenho em mostrar algo tão depressivo. Ninguém perde tanto tempo e empenho por nada. Tem algo que Sibs faz questão de mostrar e alertar com filme. Perguntas e questionamentos é o mais marcante desse longa.

O elenco é bom e suas atuações mostram que o diretor conseguiu o que queria. O grande destaque não é Sibs e sim Bonko Cosmo que interpreta Jabz, o melhor amigo de Sep. Jabz é meio louco e sem noção. É aquele cara influenciador e centralizador das atenções sempre conseguindo convencer Sep das coisas que quer fazer.

 

A direção de arte mostra com riqueza de detalhes a leitura dos personagens e suas vidas, condições sociais e filosofia de vida ou até a falta dela. Os objetos de cena ajudam muito os atores no processo de construção dos personagens e transmissão das mensagens que serão passadas na tela.

A fotografia é o ponto mais forte por trabalhar com o contraste entre Preto e Branco e colorido opaco em cenas de lembranças. A ausência de cor mostra o quanto perdido os personagens estão.

A trilha sonora compõe cada cena criada na cabeça de Sibs.

 

A maquiagem cumpre com seu papel, o que não é difícil por ser uma maquiagem básica, assim como os efeitos visuais que também são simples.

A montagem é bem-feita e é o ponto chave para juntar as peças e visualizar o conjunto da obra na cabeça do roteirista, diretor, ator e montador. O ritmo poderia ser mais ágil se tornando maçante em alguns momentos.

Sim, Sibs Shongwe-La Mer jogou em quatro funções importantes no filme que tem o título original  “Necktie Youlth” o que não faz sentido o título em português ser “Eles Só Usam Black Tie” muito relacionado ao filme Brasileiro clássico com Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro “Eles Não Usam Black Tie” que fala sobre o renascimento do movimento sindical.

 

A proposta do filme é fazer uma crítica social, uma alerta para fazer a sociedade adormecida acordar do sono comportamental, da apatia auto destrutiva que se abate em alguns lugares.

 

 

 

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