Histórias reais sempre rendem bons filmes. Aqui a história real escrita pela historiadora judia, a norte americana Deborah Lipstadt em um livro “History on Trial: My Day in Court” que foi para o cinema roteirizado por David Hare e dirigido por Mick Jackson. O filme ganhou o nome de “Deniel” e no Brasil ganhou o título de “Negação”. O título vem do fato do escritor David Irwing negar veementemente o Holocausto.  A Consequência dessa disputa no tribunal britânico entre Afirmação e Negação ganhou projeção na mídia, um livro e agora um filme em parceria entre Reino Unido e Estados Unidos.

 

Vamos entender melhor, “Negação” fala sobre o embate jurídico entre professora Norte americana sobre estudos do Holocausto, Deborah Lipstadt e um escritor britânico especialista em história militar na segunda guerra mundial, David Irving, que nega veemente que o Holocausto existiu e que Hitler não matou judeus nas câmaras de gás.

Ao ser citado no livro de Lipstadt, Irving move um processo na Inglaterra contra a americana e a editora Penguin.   A Americana viaja para Londres como réu e a Editora Penguin contrata um dos melhores escritórios de advocacia da Inglaterra. Enquanto o acusador em sua arrogância se denomina seu próprio advogado.

Para dar vida aos personagens da vida real, temos um elenco com grandes nomes do cinema e das séries de TV, como: Rachel Weiss como Deborah, Timoty Spall como Irwing e Tom Wilkinson como Dr. Richard Rampton como os protagonistas. Outros personagens ficaram por conta de Andrew Scott, conhecido como Moriarty da série “Sherlock” interpretou o Dr. Anthony Julius que é um dos advogados que defendem Deborah no tribunal, outro ator da série Sherlock e também da série Doctor Who e do filme “Victor Frankenstein” Mark Gattis, interpreta Robert Jan Van Perlt, a premiada atriz  Herriet Walter que vimos em “Star Wars VII: O Despertar da Força” interpreta uma sobrevivente do Holocausto, Vera Heich, Alan Jenkins de “A Rainha” e “A Senhora da Van” interpreta Sir Charles Grey. Todos os atores fizeram ótimos trabalhos de construção dos personagens. Destaque para os três protagonistas que deram um show à parte.   O diretor Mick Jackson soube como tirar o melhor de seu elenco. Ele também imprimiu um ritmo britânico a esse filme de tribunal.

Tecnicamente “Negação” tem um trabalho correto e tudo funciona perfeitamente. A fotografia de Haris Zambarloukos, que tem ótimos trabalhos em seu currículo, é funcional. Não tem a exuberância de “Cinderela” ou “Thor”, seus trabalhos anteriores, mas tem uma fotografia que funciona mais para ambientar a história e os personagens do que causar exuberância explícita.

A direção de arte é rica em detalhes tantos nos cenários quanto nos adereços de cenas.

A trilha sonora pontua muito bem as transições de cenas e acontecem apenas onde é necessário.

A maquiagem recria o visual dos personagens na época do ocorrido, assim como também o figurino de cada personagem.

A montagem é eficiente e escolheu um bom caminho para completar a obra contando sua história e transmitindo sua mensagem.

A importância desse filme é fazer um registro sobre um fato histórico importante que mesmo depois de morto por décadas, Adolf Hitler continua fazendo estragos incompreensíveis. Como existem pessoas que admiram um dos maiores genocidas da história? Os perigos que uma ideia causou foi além da vida de seu criador e conquistou simpatizantes de admiradores como David Irwing que ao Negar o Holocausto e os milhares de judeus mortos em câmaras de gás é como se manchasse a história e desrespeitasse o sofrimento de todos aquele que foram mutilados, humilhados e mortos de forma cruel pelo capricho de um único homem. É um desrespeito a humanidade negar um genocídio como nada tivesse acontecido.

A propaganda foi uma das armas mais usadas para divulgar o nazismo e conquistar simpatizantes. O cinema aqui faz um resgate do respeito com cada cidadão do mundo. Homens, mulheres e crianças foram devastados e independente da sua nacionalidade, religião, país, cor, idioma que fale e cultura da qual foi formado, foram mortos seres humanos que devem ser respeitados. E a história serve para mostrar o que realmente aconteceu para as gerações futuras e mostrar que os erros cometidos no passado não podem ser repetidos.  O preconceito entre os seres humanos só tende a levar a conflitos e guerras que só serve para destruir. O mundo precisa de construção, respeito e dignidade. É disso que o filme fala. Ele conta os fatos ocorridos e deixa para você a tarefa de reflitir sobre o filme, sobre as mensagens, sobre a qualidade técnica e a competência de cada profissional que se dedicou a fazer de uma obra cinematográfica um registro histórico e um material de estudos em forma de arte.

 

 

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