James Wan é considerado, atualmente, um dos maiores diretores da nova geração, passando por diversos gêneros (Tais como “Velozes e Furiosos 7” e o aguardado “Aquaman”, que estreia em 2018). Porém, o seu forte é o terror, há anos amargando uma safra sofrível. Mas com os ótimos “Jogos Mortais” e “Sobrenatural”, ele mostrou a que veio. Mas foi no universo “Invocação do Mal” que ele atingiu o seu ápice, dando um novo frescor a esse gênero tão discriminado.
Com o sucesso de “Invocação do Mal 1 e 2”, é natural que surgiriam os chamados “Spin -offs” (Obras derivadas) devido a quantidade de personagens que fazem parte desse universo tão instigante criado por Wan. Foi o caso do fraco “Annabelle” e sua ótima sequência “Annabelle – A criação do mal”. A mais nova obra “A freira”, considerada como “O capítulo mais tenebroso da franquia”, estreia essa semana no grande circuito; Porém, deixa muito a desejar.
O novo capítulo surgiu no excelente “Invocação do mal 2”, um personagem maligno que se veste de freira para poder testar a fé da nossa querida Lorraine Warren (Vera Farmiga). De olho principalmente no lucro, a Warner resolve produzir o longa, escalando como diretor Corin Hardy do regular “A maldição da Floresta” (2015). Posso dizer que a escolha não foi a melhor.
Por mais que seja produzido por James Wan, Hardy perde a chance de transformar “A freira” num filme espetacular, pois tem história para tal façanha. A começar pela previsibilidade dos sustos, salvo uma cena em particular que é realmente tenebrosa. Os já batidos “Jump Scares” são utilizados à exaustão no longa, o tornando o chamado “mais do mesmo”, sem a genialidade de filmes tais quais “A bruxa” e “Hereditário”.
Com isso, o filme dá margem para que um personagem em particular ganhe espaço. Ele é Frenchie (Jonas Bloquet), que dá o tom cômico na obra (Desnecessário num longa desse gênero). Já Taissa Farmiga, a noviça que ainda não fez seus votos, está ótima. O seu rosto angelical, somado a sua fé inabalável, nos entrega um embate com a entidade maligna de forma um tanto convincente. Parece que o terror está no sangue da família Farmiga.
Outro ponto alto da história é sua fotografia, que se mostra bastante horripilante. O convento onde reside a entidade maligna é na Romênia, locação das gravações do filme. Palmas, pois foi uma acertada escolha. Além disso, a forma como “A freira” é ligado a “Invocação do mal” é bastante interessante.
Para quem gosta de sustos fáceis, o filme irá agradar em cheio. Porém, uma excelente chance foi perdida de se produzir um grande longa que talvez se tornasse um clássico do gênero. E o “Capítulo mais tenebroso da franquia” foi vendido de forma errada. Que venham os próximos capítulos dessa saga.
Sinopse: Quando uma jovem freira de uma abadia reclusa da Romênia tira a própria vida, um padre com um passado assombrado e uma noviça prestes a fazer seus votos finais são enviados pelo Vaticano para investigar. Juntos descobrem o segredo profano da ordem. Arriscando não só suas vidas, mas sua fé e suas próprias almas, eles confrontam uma força malévola na forma de uma freira demoníaca, conforme a abadia se torna um terrível campo de batalha entre os vivos e os amaldiçoados.
