Para quem assistiu “Mulher Maravilha” dirigido por Patty Jenkins as expectativas estavam bastante elevadas em relação a esse filme. Com tantas datas adiadas por conta da Pandemia mundial, enfim, “Mulher Maravilha 1984” chegou as salas de cinema em dezembro e foi um dos filmes mais vistos no cinema em 2020.

Um dos filmes mais aguardados do ano, ficou muito longe da qualidade do primeiro filme. O maior problema está no roteiro e em alguns efeitos visuais que não funcionaram.

Não dá para acreditar que a mesma pessoa que fez o primeiro filme, e que é considerado um dos melhores filmes da DC, roteirizou e dirigiu esse filme.

O roteiro é um fator chave para o sucesso de um filme. A história precisa ser boa, ser interessante e instigar o público a ficar até o fim preso na história. É justamente nesse ponto que “Mulher Maravilha 1984” se perde. Para entender melhor, é preciso voltar um pouco para falar do primeiro filme para entender como Patty Jenkins chegou ao imbróglio que ficou o roteiro do segundo filme.

O Primeiro Mulher Maravilha é um grande acerto com alguns erros. Um deles foi ambientar o filme na Primeira Guerra Mundial, em 1916.  O segundo filme pula para 69 anos na frente, em 1984.  E outro erro foi matar o Major Steve Trevor. Não se mata o apoio do herói. Ela também mudou de função, e na versão Gal Gadot Diana trabalha em um museu. Na versão antiga ela trabalhava no Pentágono, onde ela teria acesso ilimitado a todos os lugares e informações. Faz mais sentido para uma super heroína.  Como a sequência precisa ter uma lógica e uma ligação entre um filme e outro, Jenkins não conseguiu reverter os problemas apresentados. Isso sem falar em problemas apresentados nos diálogos de “Liga da Justiça” (2017) que em uma cena diz que Diana ficou 100 anos isolada do mundo e só reapareceu para recuperar a foto que Lex Lutor roubou.  E pelo que se mostrou no segundo filme, ela voltou a proteger as pessoas antes mesmo dos acontecimentos de 1984.

Em “Mulher Maravilha 1984” a história não tem coerência e os personagens foram mal desenvolvidos. A vilã clássica da Mulher Maravilha é a Mulher Leopardo que foi interpretada por Khristen Wiig que é uma atriz versátil e intensa, mas ela é atriz e não faz milagre. A personagem invisível aos olhos de todos as pessoas no início do filme,  que nem a pessoa que a entrevistou e a contratou para uma vaga de trabalho não lembrava dela, foi um pouco demais para tentar justificar que ela era uma mulher sem graça.  A caracterização também ficou caricata demais e poderia ter sido muito melhor. Quando ela está como Mulher Leopardo, ao invés de investir na equipe de maquiagem, preferiu desperdiçar a oportunidade de fazer um trabalho merecedor de prêmio com um CGI muito ruim.

O Vilão por sua vez também foi mal caracterizado e sua motivação era inexistente. É um pecado chamar um ator como Pedro Pascal e não lhe oferecer um bom personagem com um desenvolvimento rico para trabalhar. A motivação dele era ser a pedra dos desejos, inspirada no conto da Pata do Macaco, escrito em 1906, pelo britânico William Wymark Jacob. O foco do conto era: “Cuidado com os Seus Desejos”.

E a grande pergunta de quem assistiu ao trailer e ficou se perguntando: “Como assim, o Major Steve Trevor está vivo e com a mesma cara que tinha na Primeira Guerra Mundial?”  Esse foi um dos grandes pontos da curiosidade do público e   recebe uma resposta com uma solução muito duvidosa.

O filme não todo ruim, ele tem seus pontos positivos. A fotografia de Mathew Jensen ambienta bem a época. A direção de arte de Aline Bonetto estava funcional e capturou o ano de 1984 nos Estados Unidos. O figurino de Lindy Hemming teve alguns acerto e erros. Os acertos ficaram por conta da roupa da Mulher Maravilha e algumas roupas de Diana Prince. O desfile de roupas horríveis com Major Trevor foi uma triste tentativa de ser engraçado. Não eram roupas que os jovens usavam em 1984 e sim, algumas boys bands em shows. A maquiagem foi um ponto positivo pouco explorado por causa da opção em usar mais CGI do que a maquiagem. É preciso entender que o CGI é um recurso para ajudar na composição de um filme não para substituir funções. A Mulher Leopardo foi feita por CGI ao invés de maquiagem e isso atrapalhou o trabalho da atriz Kristen Wiig que fez um bom trabalho como Bárbara e até sua transformação como a Mulher Leopardo, o que seria o clímax do filme. A Coreografia também não ajudou. E foi trabalhada para esconder os efeitos ruins. E foi uma luta decepcionante. A Mulher Maravilha com uma armadura de metal com asas gigantes que só funcionam para foto e não é nada prático em uma luta com a inimiga em corpo de felino, um dos animais mais ágeis do mundo animal.

A trilha sonora assinada por Hans Zimmer tem canções de bandas clássicas dos anos 80 como New Order, A-Ha, Men At Work, Kenny Loggins, Tears For Fears, Michael Sembello e Toto.  E claro, é um dos pontos positivos do filme.

Vamos torcer para o terceiro filme da Mulher Maravilha corrija os erros do segundo e volte para os trilhos do primeiro filme.

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