Perdidamente Tua (A Life of her Own) / Eua, 1950. 108 min / Direção: George Cukor / Com: Lana Turner, Ray Milland, Tom Ewell, Louis Calhern, Ann Dvorak, Margaret Phillips.

Lana Turner, a rainha dos melodramas baratos, é Lily Brannel, uma garota do interior que chega à Nova York com pretensão de se tornar uma modelo famosa. Focada na carreira, ela se decompõe quando encontra o milionário, Steve Harleigh (Ray Milland), um homem casado com a doce Nora (Margaret Phillips) condenada a uma cadeira de rodas após um acidente supostamente causado por Steve. Ela aceita a condição de ser a “outra” mas não consegue resistir ao peso das formalidades sociais da década de 50, quando a vida de uma mulher só tinha sentido ao lado de um homem. A química entre Lana e Ray é zero e ficamos sem entender o motivo desta paixão tão avassaladora mas, após 3 semanas de filmagens, Lana ameaçou fazer greve caso o ator principal Wendell Corey não fosse substituído e Ray Milland era o cara mais disponível na época.

O filme faz um desenho sobre a vida das top models nos anos 50, mulheres resolvidas e autônomas mas terrivelmente solitárias e deprimidas (não muito diferente de hoje em dia) e o maior sonho de Lana/ Lily era fazer café e lavar a louça para o maridinho. Assombrada pelo final trágico de Mary (Ann Dvorak), uma amiga modelo que se suicida no início do filme, Lily tenta desesperadamente ser feliz apenas com suas conquistas mas toda vez que encontra o amante, ela se deixa hipnotizar pelo sonho romântico de ser uma mulher casada.

George Cuckor tentou imprimir um tom mais sombrio, com um final trágico e sem esperança mas as plateias da época rejeitaram a possibilidade e o diretor voltou atrás. Lana Turner no auge dos seus 29 anos estava exuberante mas o filme fracassou feio nas bilheterias, pois o público ainda não aprovava personagens que ousavam ir contra as instituições.

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