Lindo, divertido e comovente!

 

O diretor britânico Peter Cattaneo volta para os cinemas com um lindo filme inspirado em uma histórias real. Depois de 12 anos longe dos cinemas, o diretor de filmes como “Ou Tudo ou Nada” (1997) e “O Roqueiro” (2008), seu último filme, resolve voltar e contar a história da união de mulheres de militares que se unem para suportar a ausência física, e muitas vezes a falta de notícias, criando um coral que se tornou um sucesso. O movimento hoje conta com mais de 2300 mulheres de militares em todo o Reino Unido em suas bases no exterior.

O diretor que foi indicado ao Oscar de 1999 por “Ou Tudo ou Nada” (The Full Monty) mostra que não perdeu o jeito. Ele nos proporciona bons planos intimistas, e consegue que as atrizes interpretem além das falas.

O filme tem duas protagonistas, Kristin Scott-Thomas e Sharon Horgan que vivem Kate, a mulher do coronel Richard e Lisa, mulher do sargento Red. As duas tem um embate de hierarquia, já que Lisa que é esposa do Sargento, ficou como a líder das atividades das esposas. Já Kate é mulher do coronel e acha que sua patente é mais alta e sempre quer tomar o lugar de liderança que é de Lisa. Kate perdeu o filho em combate e precisa dessas atividades para preencher seu tempo e sair da dor de perder um filho que também era militar. Ela esquece que todas as mulheres ali têm sua própria dor e estão ali porque também precisam dessas atividades.

O roteiro é uma aula de reflexão não apenas sobre as questões de relacionamentos, mas também a questão das guerras. Sempre assistimos filmes com as perspectiva dos militares em combate e desta vez, o protagonismo da história são os familiares desses homens e mulheres que vão para o combate em lugares distantes e que muitas vezes as famílias não sabem onde estão, como estão e quando voltam. Os personagens são bem construídos apesar de não ter muita profundidade na história de cada uma delas. Isso também é bom, a profundidade dos personagens colocaria em risco a proposta do filme. Mesmo assim, podemos ter uma leitura de cada personagem e você vai poder se identificar ou criar afinidade com qualquer uma delas. A roteirista Rachel Tunnard transpôs para o papel uma realidade comovente sem cair no dramalhão. As músicas pareciam fazer parte do roteiro por ter uma ligação com cada uma dessas mulheres. Cattaneo aproveitou as situações hilárias contadas pelas mulheres de militares reais e resolveu dar um tom de comédia delicada e pontuada em algumas cenas. Um típico toque inglês!

No Elenco tem Kristin Scott-Thomas que é o nome mais forte do elenco por ter estrelado muitos filmes de sucesso como “O Paciente Inglês”, “Missão Impossível”, “O Destino de Uma Nação” entre tantos outros. Sua parceira na maioria das cenas é Sharon Horgan e as duas funcionam bem juntas e mostraram ótimas interpretações.

A direção de arte de Alexandra Toomey trabalhou as informações de cena como uma forma de contar um pouco mais sobre quem são essas mulheres. As casa delas mostra um pouco mais da personalidades de cada uma e como elas encaram as situações de ausência, perdas, ganhos e os processos de mudanças internas de cada uma.

Jill Taylor criou um figurino adequado para cada personagem completando a interação de ajudar a contar quem são os personagens dessa história.

Para completar, não poderíamos deixar a música de lado, já que a música é a mola motora do filme. É a música quem liga a história e os personagens. Então foi convocado o premiado o músico escocês Lorne Balfe para criar a trilha sonora e a canção criada pelas esposas para uma apresentação especial.  Ele colocou canções populares no gosto das esposas, menos de Kate que se prende a um repertório de hinos e clássicos. Lisa e as outras esposas gostam mesmo de um repertório mais pop e fazem parte da trilha canções como: “Angels” e “Homes Though From Abroad” de Robbie Williams, “Morning Has Broken” de: Eleonor Farjeon, “Don’t You Want Me” de The Human League, “Only You” Vincent Clark, “Shout” de Tears For Fears, “We Are Family”  de Sister Sledge,“Time After Time” Cindy Lauper, “World In The Motion” de New Order, “Wannabe” Spice Girls e “Thank You” Dido. Nem a sisudez de Kate pode resistir as músicas que levantam o astral de todas.

 

Por fim, “Unidas Pela Esperança” é um filme simples que conta uma história real que mostra que podemos fazer algo de bom de situações ruim, só não pode deixar “a peteca cair”.

Peter Cattaneo nos proporciona um filme com boa mensagem e nos diverte e emociona. Vamos torcer para o diretor não demorar tanto para fazer o próximo filme. Mesmo trabalhando muito na TV, o cinema sempre sente falta daqueles que sabem como fazer bons filmes.

 

 

 

 

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