O diretor Florian Zeller que também roteirizou esse filme em parceria com Christopher Hampton levaram para a tela um filme com poucos personagens e tem sua força na interpretação de seus elenco. Anthony Hopkins e Olivia Colman estão espetaculares como pai e filha. Não é atoa que estão indicados ao Oscar, fora as outras indicações que recebeu em outras premiações. A história fala de Anthony, personagem de Anthony Hopkins, de 80 anos que recusa todas as cuidadoras que a filha, Anne, interpretada por Olívia Colman arruma para cuidar dele. Quando ela diz ao pai que ele precisa se entender com alguém que cuide dele porque ela vai morar em Paris e sair de Londres, o filme começa.

É a partir desse ponto que Florian Zeller deixa filme aberto para várias interpretações de quem assiste a história. O que realmente acontece não sabemos ao certo.

O roteiro tem idas e voltas deixando a cabeça de quem assiste rodando intrigada com o que é real e o que é ilusão da cabeça de Anthony. Já aviso que é bom levar lenço para as lágrimas porque milhões de famílias passam por esse mesmo problema e questões internas familiares são afloradas nas interpretações.

O filme todo se passa dentro de um apartamento e a riqueza da direção de arte está nos objetos de cena. As cores foram bem escolhidas para mostrar um bom apartamento londrino. Os tons pasteis e sóbrios ajudam a destacar as cores dos figurinos nas cenas mostrando o que realmente precisa ser destacado.

O figurino mostra quem são esses personagens. Os figurinos de Anne tem cores que variam entre azul, branco e todas tem destaque sem precisar gritar nos tons. Os figurinos de Anthony são mais sóbrios que vão de pijamas, uma calça com camisa branca e um casaco de tricô verde a ternos. Os figurinos mostram que são ingleses com uma vida confortável, mas não são ricos. A elegância discreta também está no figurino dos outros personagens.

Os enquadramentos de Florian valorizam a interpretação de Hopkins e Colman que mergulharam numa explosão de sentimentos bem ao estilo britânico, sem exageros.

A trilha sonora de Ludovico Einaudi faz um mergulho na alma dos personagens e completa a emoção que transborda na tela. Não poderia esperar menos de Einaudi que fez trilhas sonoras fortes como em “Intocáveis” e outro indicado ao Oscar 2021, “Nomadland” que já ganhou o Prêmio Iowa Critics Films Awards por esse filme.

Em 1h37m desse filme britânico podemos esperar um filme que mostra um drama familiar que tem um ritmo adequado para dar oportunidade para diálogos falados e até os silenciosos em ações do dia a dia normais que qualquer um de nós fazemos em nossas casas. E é a montagem de Yorgos Lamprinos quem nos proporciona esse ritmo e as cenas das quais vamos tentar descobrir o que é verdadeiro ou falso.

Como as pessoas lidam com seus familiares idosos é um dos questionamentos em questão, como eles lidam com os familiares e como a doença de Mal de Azheimer é mostrada, mas não mencionada para quem assiste. Acredito que o filme tem uma proposta mais questionadora do que juiz.

Com certeza, “Meu Pai” é um filme que leva ao debate depois de assisti-lo.

 

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