Laura é um clássico dos anos 40 dirigido por Otto Preminger. Aqui vamos acompanhar o detetive Mark McPherson desvendar um caso de assassinato com trama tradicional. Esse filme de suspense policial surpreende nas reviravoltas. Aos poucos vamos conhecendo os possíveis suspeitos junto com o detetive que vai cada vez mais vai se aproximando e se apaixonando pela vítima à medida que escuta os depoimentos de seus admiradores.

Preminger consegue um clima que prende atenção do espectador e logo criamos simpatia e antipatia dos personagens à medida que são apresentados. Isso é o conjunto de personagens bem construídos pelo quarteto de roteiristas somado a ótimas atuações de um talentoso elenco e uma direção competente para fazer com que os atores mergulhem em seus personagens e transbordem intenções e personalidades.

Gene Tierney é a bela e carismática Laura. Admirada pelos homens e alumas mulheres que a veêm como uma pessoa boa, mas invejada por algumas mulheres que gostariam ser como ela.

O Detetive Mark McPherson interpretado por Dana Andrews  é o nosso condutor da história. É o único que sabemos que não matou Laura, é quem busca incansavelmente descobrir quem matou Laura. Durante o processo também podemos ver quem é Mark, além do detetive McPherson.

Outro personagem importante é o rico, arrogante e insuportável jornalista Waldo Lydecker interpretado por Clifton Webb. Um homem obcecado por Laura. Podemos ver o caráter desse personagem ao longo do filme. É alguém que usa seu poder e conhecimento para conseguir o quer. Um ótimo trabalho de Webb.

Agora é a vez de falar sobre o sedutor Shelby Carpenter interpretado por Vincent Price. O noivo de Laura que também é outro suspeito da lista do Detetive McPherson. É o homem mais desejado entre as mulheres e joga charme para todas e as manipula com a sua conveniência. Para quem conhece o Vincent Price dos filmes de terror, é interessante vê-lo em papeis bem diferentes.

É comum incluir os empregados da casa nas tramas policiais e aqui não seria diferente. A empregada Bessy é interpretada por Dortohy Adams é além de empregada, mas uma amiga leal para Laura. Esse personagem é um ponto importante para que o detetive descubra o mistério.

A direção de arte é riquíssima em detalhes. O trio Leland Fuller, Lyle R. Wheeler e Thomas Little não deixou escapar nada. Cuidaram de cada detalhe como por exemplo: os cigarros usados pelos personagens. Os mais ricos tem uma forma mais elegante de usar o cigarro em cena, enquanto os outros personagens usam de forma mais comum sem rebuscamento ou até nem fumam. Nessa época o cigarro é sinônimo de glamour. A mesma coisa em relação as bebidas alcoólicas.  Os móveis e os objetos de adorno das residências são elegantes e os relógios de estante são um adorno à parte.

Outro ponto que chama a atenção são os figurinos criados por Bonnie Cashin, uma das mais importantes figurinista de Hollywood e Brodway na época.

A trilha sonora de David Raksin pontua muito bem a trama dando o clima certo para cada momento. Raksin tem uma rica trilha sonora em sua carreira como: “Capitão América: O Primeiro Vingador”, “Tempos Modernos”, “Escola de Sereias”, “O Pássaro Azul” entre tantos outros. Só podemos esperar uma trilha sonora que tem casamento perfeito com a história e o desenvolvimento da trama e o clímax da história. Afinal, a trilha sonora é um dos elementos mais importantes de um filme de suspense.

E por fim, a cereja do bolo, a Fotografia do filme criada por Joseph LaShalle que ganhou o Oscar. Foi o único Oscar das 5 categorias indicadas: Além de Melhor Fotografia, o filme também foi indicado para Melhor Ator Coadjuvante: Clifton Webb, Melhor Diretor: Otto Preminger, Melhor Roteiro: Jay Dratler, Samuel Hoffstein e Elizabeth Reinhart, e claro, Melhor Direção de Arte:  para Lyle R. Wheeler, Leland Fuller e Thomas Little.

 

Todo esse conjunto faz  “Laura” ser um dos melhores filmes de 1944 e com certeza um dos melhores do gênero. Uma dica para a nova geração que não conhece o filme e nem esses artistas, pense na tecnologia de 1944 e preste atenção na narrativa usada nessa época que é bem diferente usada no cinema hoje em dia. Então para quem é novo nesse tipo de cinema, eu recomendo um mergulho na linha do tempo, volte para 1944 e aproveite a trama pela visão de Otto Pasminger e boa diversão.

 

 

 

 

 

 

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