O que falar da missão suicida que a Warner resolveu embarcar e levar junto o diretor James Gun?  Na verdade, foi ao contrário! James Gun foi quem resolveu embarcar nessa jornada e a Warner gostou da ideia.

O filme é violento ao extremo, caótico e mesmo assim tem as cores dos quadrinhos. O filme tem seus pontos positivos e negativos E no final das contas vai conquistar os corações que mais se conectarem com a proposta, enquanto pode causar um certo incômodo com aqueles que não comprarem a essa versão.

Para entender melhor, vamos voltar um pouco no tempo. O diretor teve problemas e foi demitido da Disney/Marvel em meio ao projeto “Guardiões da Galáxia 3”. A Warner aproveitou a oportunidade e contratou o diretor. A intenção era fazer um filme para o herói principal da DC, o Superman. Mas James Gun convenceu a Warner que valia pena fazer “Esquadrão Suicida”. Com dois grandes sucessos da Marvel na bagagem, “Guardiões da Galáxia” e “Guardiões da Galáxia Volume 2”, a Warner abraçou a causa, mas infelizmente eles não chegaram a uma decisão, se o filme seria é uma continuação ou um reboot. É nesse ponto que o filme fica confuso.

Depois de uma longa espera, e uma expectativa alta por parte dos fãs, fãs do Esquadrão Suicida, fãs da DC, Fãs do elenco, fãs do James Gun chega aos cinemas e um tempo depois vai chegar no streaming da casa, HBO MAX. “O Esquadrão Suicida” acerta em pontos técnicos e estéticos. O visual é bem característico do diretor. O colorido e a fotografia mais clara traz uma facilidade para a vista, que não se cansa tanto como a do filme anterior que é tudo muito escuro.  A montagem é interessante ao lembrar alguns filmes do gênero onde frases são escritas no fundo da cena. Algumas cenas em slow motion e outras mais rápidas. O filme é bem montado e a dupla Fred Raskin       e Christian Wagner entraram no clima e entenderam bem o projeto, mas também não é para menos a dupla tem ótimos trabalhos em suas carreiras. Enquanto Fred Raskin trabalhou com James Gun em “Guardiões da Galáxia”, tem também : dois filmes com Tarantino: “Django Livre” e “Era Uma Vez em Hollywood”, além de “Velozes e Furiosos 5 Operação Rio”,   Christian Wagner tem outros “Velozes e Furiosos” em seu currículo: 4,6,7,8. Então podemos ver que os dois editores tem muito a agregar ao filme em termos de edição. O ritmo do filme e suas nuances de execução funcionam bem para a trama.

O figurino foi outro ganho!  Mais uma profissional da equipe da Marvel entra em campo. Judianna Makovsky que fez os figurinos de Vingadores Guerra Civil, Vingadores Ultimato, Capitão América Guerra Civil, Capitão América 2:  Soldado Invernal, e claro: “Guardiões da Galáxia Volume 2”, caprichou nos figurinos e deixou os personagens mais despojados. Parabéns para os figurinos usados por Margot Robbie para a personagem Arlerquina. Ela usou as cores clássicas da personagem nos quadrinhos, o vermelho e preto, além de ter feito modelos mais cobertos e mais bonitos, com mais cara da personagem, isso sem perder a sensualidade. O Coronel Rick Flag mostra que se integrou bem a equipe e está mais informal. O pacificador de John Cena foi onde Judiana pode brincar mais com o aval do ator que abraçou a causa e incorporou bem o personagem com essa roupa de quadrinhos. O bolinha de David Dastmalchian também foi nessa onda de comprar a brincadeira do personagem com seu macacão branco de bolinhas coloridas. O uniforme mais bonito ficou mesmo com Idris Elba e deu um ar elegante ao seu personagem Sanguinário. Enquanto a Caça-Ratos 2 tem um vestuário interessante em tons terrosos. Até o rato Sebastian ganhou figurino. Muito fofo!

Uma das expectativas era rever os personagens do “Esquadrão Suicida” de 2016. Eles fazem parte da história dos quadrinhos, então, impossível não gerar expectativas. Foram aproveitados: Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Comandante Rick Flag e a diretora Amanda Weller (Viola Davis). Uma pena que não levaram os outros integrantes do Esquadrão, apesar da tentativa de levar o Justiceiro, personagem de Will Smith, um dos grandes, mas a agenda do ator não permitiu que ele participasse do filme. A Warner, Will Smith e James Gun não desistiram de trazer o personagem para um próximo filme. Uma pena que não teremos personagens como: Chato Santana/El Diablo (Jay Hernandez), Tatsu Yamashiro / Katana (Karen Fukuhara), Waylon Jones / Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) nesse Esquadrão.  Nos resta focar em conhecer novos personagens. E já que a pegada de personagens animais humanóides parece fazer parte do universo DC, desta vez a equipe conta com dois: Tubarão-Rei e Doninha.

Quanto aos novos, uma das expectativas é o ator Nathan Filio que interpreta TDK. O ator é protagonista da série “The Rookie” e ficou conhecido mundialmente ao interpretar Richard Castle, da série policial “Castle”. Uma pena que a expectativa em conhecer mais esse personagem é cortada logo, assim como: Brian Durlin / O Sábio, personagem de Michael Rooker (um dos atores que James Gun trouxe de Guardiões da Galáxia), Richard Hertz, O Blackguard (Pete Davidson), Dardo (Flula Borg), Doninha (Sean Gun) e Mongal (Mayling).

O outro time do Esquadrão Suicida conta com O Pacificador (John Cena), Bolinha (David Dastmalchian) que também vem do universo da Marvel, ele é o Kurt, um dos três amigos do Homem Formiga. Para fechar o time, temos Caça-ratos 2 a filha do vilão Caça-Ratos, os dois são interpretados por Daniela Melchior e Taika Waititi e tem cenas muito bonitas entre pai e filha. Essas cenas quebram um pouco o clima que é misto de bobeira e violência desmedida. Caça-Ratos 2 contraola ratos e tem como mascote o rato Sebastian. O líder do grupo ficou por conta de Sanguinário, um ex-miltar que foi manipulado por Lex Luthor e atirou no Superman com uma bala de kriptonita.  Ele é interpretado por Idris Elba que tem a mesma motivação do Justiceiro para embaraçar na Força Tarefa X do Esquadrão Suicida, a filha. Além de interpretar Tubarão Rei, Steve Agee interpreta John Economos, diretor da penitenciária de Belle Reve e assessor de Waller. Como Tubarão Rei é feito com efeitos visuais, a voz é de Sylvester Stallone.

Novos personagens não chegam somente na equipe do Esquadrão Suicida, Alice Braga vive a revolucionária Sol Soria e tem como parceiro, Milton, interpretado por Julio Ruiz que sem falar muita coisa, acaba sendo um personagem carismático. Eles lutam contra o tirano Silvio Luna, interpretado pelo ator argentino Juan Diego Botto e o Mateo Suárez, o major-general de Corto Maltese, interpretado por Joaquin Cosio, o ator mexicano da série “Narcos México”. E eles o mantém o cientista, O Pensador interpretado pelo ator britânico, Peter Capaldi, (12º ator a interpretar Dr.Who), é um personagem que parece mesmo  ter saído de uma história em quadrinhos e bem ao gosto do diretor. Tyla, a filha do Sanguinário é interpretada por Storm Reid que mesmo com poucas cenas, mostra que tem talento para crescer como atriz. Ela tem uma cena com Idris Elba que mostra que a DC pode investir nela.  Ainda tem a equipe da Argus, comandada por Amanda Waller. Além de John Economos a equipe é formada por Flo Crawley (Tinashe Kajese), e Emilia Harcourt (Jennifer Holland). Fechando o time, temos o Dr. Fitzgibbon, interpretado por John Ostrander, criador do Esquadrão Suicida dos 80 que inspirou esse filme. E ainda tem mais uma atriz de “Guardiões da Galáxia Volume 2” fazendo uma participação silenciosa na cena do Bar, é Pom Klementieff que interpreta Mantis. É bom ver quando isso acontece é que o diretor é querido e respeitado pelos profissionais com quem trabalha. Mais um ponto positivo para James Gun!

Como nem tudo são flores em “O Esquadrão Suicida”, vamos falar também de pontos que não funcionaram tão bem. Como falei anteriormente, essa indecisão ou a decisão de não ser nem uma coisa e nem outra, faz confusão na cabeça de quem assiste. Ou é continuação ou reboot. Se era para somente dar o ar da graça, não precisaria de tanta divulgação de marketing em cima dos personagens. Milton, o personagem do ator Julio César Ruiz, que trabalhava com Sol Soria personagem de Alice Braga tem mais cenas que eles. E, diga-se de passagem, ele está nas melhores cenas do filme.

Na cena do avião onde os integrantes do Esquadrão Suicida se encontram, fica claro a intimidade de Rick Flag, Arlequina e Bumerangue, ou seja, o filme anterior está valendo e não foi totalmente descartado.

A maquiagem bobeou e a equipe do filme comeu a mesma mosca. Na cena do carro em que Arlerquina estava sendo preparada para ver o tirano Luna, o coração preto que é pintado na bochecha esquerdo, logo em seguida ela aparece na bochecha do lado direito. E a cena continua com  pinta preta em forma de coração do lado errado.

Em contrapartida no que seria um filme novo mostra algo interessante, já que funcionou antes, Amanda Waller resolve fazer do presídio um QG de possibilidades de novos membros para o Esquadrão Suicida que eles chamam de Força-Tarefa X. Pena que não tivemos muito dos novos personagens: Sábio, TDK, Mongal, Javelin, Dardo, Blackguard e Doninha. Poderiam ter deixado pelo menos fazer uma missão completa.

O Esquadrão Suicida de James Gun é um filme que oferece a oportunidade de brincar com possibilidades, mas poderia ter desenvolvido melhor os personagens que apenas desfilaram ao longo dos 132 minutos de filme.

 

 

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