O casal Vadim (Vladimir Svirskiy) e Olya (Yuliya Peresild) divide o sonho de comprar um caminhão-reboque alemão para trabalhar nas difíceis e escorregadias estradas russas durante o inverno. Para realizar esse sonho, eles precisam economizar dinheiro não apenas para essa compra, mas também para alugar uma garagem na qual o caminhão será guardado durante o inverno, de forma que ele não congele do lado de fora de sua casa. A pacata rotina do casal é quebrada quando um amigo precisa usar a internet e o computador deles durante vários dias.

Ao usar o computador em um momento em que está sozinho, Vadim percebe que o amigo deixou aberto um site no qual mulheres se exibem em troca de dinheiro. O rapaz, então, começa a acessar esse site, sendo conectado todas as vezes à uma mesma moça, a americana Sheena (Jordan Frye). Embora não aconteça nada sexual entre eles, Vadim e Sheena começam a ficar cada vez mais íntimos. Esse relacionamento afeta diretamente o casamento de Vadim, que começa a pensar em deixar a Rússia e viver com Sheena nos EUA.

“Sheena 667” acaba sendo um pouco mais do mesmo em relação às histórias de relacionamentos em que uma das partes é paga para estar ali. Todos os clichês estão presentes neste filme: ciúmes, fingimento de interesse, tentativas de extorquir mais dinheiro. Há apenas uma mudança digna de nota: a troca de nacionalidades entre as partes envolvidas. A maioria dos filmes que abordam esse tema retratam homens americanos se apaixonando por mulheres russas, que mal falam inglês e desejam ir para a América. Aqui, é um russo que se apaixona por uma americana. Outro elemento digno de nota é a ausência de prazer carnal na relação dos dois – esse elemento é muito pouco explorado e isso acontece apenas na parte final do filme.

Um dos pontos que mais incomodam em “Sheena 667” é a maçante escolha do diretor Grigoriy Dobrygin por contar a história em capítulos, utilizando os títulos como “muletas” preguiçosas para explicar situações do filme, ao invés de construir diálogos ou cenas que chegassem ao mesmo resultado. Os cortes dos capítulos, que deveriam servir como respiros para a narrativa (que não se desenvolve de maneira rápida), acabam se tornando um excelente subterfúgio para o espectador conferir as horas no relógio e calcular quanto tempo falta para o filme terminar. A trama muitas vezes fica tão truncada que parece não sair do lugar.

Isso é percebido nos momentos decisivos no qual certas revelações acontecem e esperamos que algo ocorra, ela é interrompida e cortada para a cena seguinte, onde pouco acontece. Vadim parece uma caricatura de personagem, que não consegue em nenhum momento trazer um carisma e só faz termos cada vez irritação com ele. Se a ideia era ser alguém que as pessoas não gostassem dele, a maneira como Olya se mantém a ele, brigando com o irmão dela por ela, ou mesmo salvar dinheiro para algo que era o sonho do marido, acaba não encaixando na história.

 

Nota: 2,5

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui