O filme dirigido por Pablo Larrín mostra um fim de semana na vida da Princesa Diana. Mas o foco é na pessoa sufocada e pressionada em ser quem ela não é em um fim de semana na casa de campo da família. Podemos ver uma Diana mãe amorosa de William e Harry, uma mulher traída por um marido frio e indiferente com ela e a dor de amar sem amada. Vemos também que ela tinha poucas pessoas a sua volta que ela podia confiar. E ao engolir tantas normas, regras sem poder falar o que queria, o que sentia vou causando um problema psicológico materializado em bulimia.

Para mostrar tanta intensidade de dentro para fora em que podemos ver a angustia e os outros sentimentos da Diana sem que ela externasse é preciso de uma atriz que não apenas talentosa, mas uma atriz que entendesse a fundo esse personagem e tivesse uma boa comunicação com o diretor para que aproveitasse todo o potencial que ela poderia dar a essa personagem icônica na história da humanidade, e então Kristen Stewart assume o papel mais importante da sua carreira desde que foi lançada ao estrelato mundial como Bella Swan da Saga Crepúsculo.

Para dar a Kristen Stewart o suporte que ela precisa, o elenco tem atores com talento de sobra como: Timothy Spall que interpreta Major Alistair Gregory que aparentemente não era próximo de Diana, que tinha um certo medo dele, mas ela descobre o quanto ele estava cuidando dela. Sua camareira e sua grande amiga Maggie é interpretada por Sally Hawkins e o Chef Darren McGrady que se torna amigo de Diana. Também não foi tarefa fácil escolher os atores que interpretam os filhos de Diana e Charles, os príncipes William e Harry ainda crianças. Então a missão ficou com Jack Nielen que interpretou William e Freddie Spry que interpretou Harry. O entrosamento entre eles foi impecável e o diretor conseguiu mostrar como a mãe e seus dois filhos eram ligados.   

Esse é um filme de atuações! 

O ritmo é lento e as vezes um tanto angustiante para que o público se conecte com Diana nesse momento.

Quando Diana chega à casa de campo da família real, ela encontra em sua cama um livro sobre Ana Bolena e ao ler, ela se identifica com esposa de Henrique VIII. O diretor intercala os acontecimentos que Diana está vivendo com o que se passa na cabeça dela.

Para trazer essa sensação a fotografia de Claire Mathon colaborou muito com clima mais pesado. Uma densidade na apatia das cores foi a escolha dessa diretora de fotografia francesa.

Já os figurinos exuberantes criados por Jacqueline Durran são deslumbrantes e bem pesquisados.

A caracterização de Kristen Stewart na Princesa Diana merece atenção. Cabelo e maquiagem transformaram a atriz nos fazendo acreditar mais na performance de Stewart.

A direção de arte   Stefan Speth mostra a grandiosidade da família real com riqueza de detalhes e elegância.

A trilha sonora criada pelo guitarrista Jonny Greenwood da banda Radiohead é tensa e angustiante que casa perfeitamente com o clima das cenas e intensificando a interpretação de Kristen Stewart.

Esse fim de semana foca em todo esse dilema e mostra não só os momentos de angústia, mas como ela lidou nesses poucos dias com seus sentimentos de amor, amizade, rejeição, autopunição e explosão de tanto sufocar seu eu interior até chegar à decisão de dar um novo rumo a sua vida.

“Spencer”  merece ser visto por aqueles que gostam de apreciar boas interpretações e trabalhos coesos no cinema, apesar da angústia, o filme tem a função de trazer mais humanidade e reflexão.

 

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