Os dolorosos casos de violência contra as comunidades afro-americanas que acontecem até os dias de hoje logo nos vêm à mente quando assistimos uma obra como “Till – A Busca por Justiça”. Filmes como esse são fundamentais para entendermos como os casos de hoje repetem os casos do passado, mostrando que a mentalidade da época não mudou tanto assim dos anos 1950 para cá em certas áreas dos EUA.

 

O filme é baseado em uma história real e acompanha a dor de uma mãe de Chicago, Mamie (Danielle Deadwyler), que perdeu seu filho Emmett Till (Jalyn Hall), brutalmente assassinado aos 14 anos de idade por pessoas brancas enquanto visitava parentes no Mississippi. O filme reconta todos os passos de Mamie, desde seu luto até ela se tornar uma grande ativista pelos Direitos Civis, enquanto luta para transformar o ato de linchamento em um crime federal.

 

O grande destaque do filme é a dobradinha da atriz Danielle Deadwyler com a diretora Chinonye Chukwu. As cenas mais impactantes são aquelas em que a diretora usa de sua criatividade para criar planos diferentes, instigantes, que realcem o brilho de sua protagonista em momentos que ela julga necessários para a trama – e isso não acontece apenas nos momentos-chave. São perceptíveis a sensibilidade e a cumplicidade da dupla ao narrar essa história, que, apesar de sabermos o que vai acontecer (afinal o filme é baseado em acontecimentos reais), nos mostra a realidade nua e crua dos fatos. Um excelente exemplo disso está na cena em que a mãe irá identificar o corpo do filho, na qual as intenções da atriz e da diretora não são chocar os espectadores, mas sim demonstrar a força dessa mulher ao viver aquela situação, e ao mesmo tempo expor como as pessoas de cor eram/são tratadas pelas pessoas brancas.

 

“Till – A Busca por Justiça” é um filme de grande importância no atual momento em que vivemos, diante das contínuas violências raciais dos últimos anos. Esse é um filme que deveria contar com uma maior divulgação, para que seja amplamente assistido e debatido, auxiliando na luta para que eventos desse gênero nunca mais aconteçam.

 

Nota: 4,0 estrelas

 

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