Dirigido por Paola Cortellesi, Ainda Temos o Amanhã aborda a história de Delia que é uma mulher dedicada ao seu autoritário marido Ivano e aos três filhos, mas que encontrava consolo em sua grande amiga Marisa. Essa subverniência vai até o noivado de sua filha, Marcella que encontra no casamento uma chance de vida melhor, mas Delia começa a questionar o destino e encontrar a liberdade. Tudo isso situado na Itália dos anos 40 pós-guerra. 

A produção é uma obra com um roteiro muito bem contruído, tecnicamente bem produzido e que traz questionamentos sobre a estrutura machista que ainda persistente na sociedade, com homens detendo mais poder e comando em lares do que as mulheres. Infelizmente, situações que são apresentadas são o retrato do que vimos em muitos lares e que precisam ser combatidas e a violência contra a mulher ser denunciada e os agressores serem exemplarmente punidos.

Além disso, traz a luta de mulheres por liberdade, por direitos e que quebram estruturas do patriarcado. Luta que Delia vai abraçando ao longo da história ao desconstruir ideias e concepções que ela carregava e com o suporte de outras mulheres consegue encontrar a sua liberdade, a liberdade de ser quem ela quiser de verdade.

A trama traz reflexões importante sobre nossa sociedade e a estrutura machista que ainda persistente em pleno 2023, quase 2024 e a necessidade de desconstruir todos os estereótipos. A mensagem do filme é muito importante e precisa ser destacada. 

O filme é em preto e branco e é um grande diferencial na obra, além de uma edição que funciona com os fios condutores da história. Entretanto, mais do que os aspectos técnicos que o filme tem, o mérito de questionar o autoritarismo do patriarcado e as suas estruturas que ainda persistem na sociedade oito décadas depois. 

Além destas reflexões que a diretora traz na obra, ela traz uma homenagem a luta das mulheres italianas pelo direito ao voto que ocorreu em 1946 no final do filme. Um tributo necessário para elas que lutaram para eleger quem elas quiserem e para também serem quem elas quiserem. 

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