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O Lado de Fora Fica Aqui Dentro é o vencedor do Prêmio Itaú Cultural Play no Festival Visões Periféricas

Lucas Furtado

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O curta-metragem mineiro de ficção O lado de fora fica aqui dentro (25min, Minas Gerais, 2024), dirigido por Larissa Barbosa, é o vencedor do Prêmio Itaú Cultural Play na 18ª edição do Festival Visões Periféricas. O anúncio foi feito na cerimônia de encerramento do evento, que aconteceu ontem, dia 16, na cidade do Rio de Janeiro. O filme receberá o valor de 15 mil reais, com o licenciamento para exibição na plataforma IC Play – plataforma gratuita de cinema brasileiro – pelo período de dois anos, após janela de até um ano para exibição em festivais.

O Prêmio IC Play foi criado para reconhecer quem faz arte e cultura brasileiras por meio do audiovisual, promovendo narrativas autênticas, plurais e representativas sobre a identidade do país.

Participaram do escopo da premiação os filmes da mostra Fronteiras Imaginárias do festival, na qual concorriam produções de até 30 minutos (curtas e médias-metragens) feitas por realizadores independentes de todo o Brasil. Essa é a quarta entrega da premiação, que já laureou os filmes Engole o choro (2023), de Fabio Rodrigo, também no 17º Festival Visões Periféricas; João de Una tem um boi (2024), de Pablo Monteiro e Coletivo LAB+SLZ, no 47º Festival Guarnicê de Cinema (MA) e PiOinc (2023), de Alex Ribondi e Ricardo Makoto, na 23ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.

Para a curadoria da Itaú Cultural Play, a potência de O lado de fora fica aqui dentro está na força da narrativa, que acerta na dosagem de elementos fantásticos e de terror para contar uma história sobre ancestralidade feminina negra e colonialismo. O curta-metragem é uma realização da produtora Moringa Filmes, fundada por Larissa junto à diretora de fotografia Ana Clara Martins, e estreou na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, no ano passado.

O filme

O lado de fora fica aqui dentro acompanha Marina, uma jovem negra que mora em uma cidade industrial. Junto de sua irmã, Núbia, ela descobre que o local possui um segredo obscuro: no passado, os trabalhadores negros que ergueram a cidade foram bestializados e excluídos. Quando se encontra com Maria, uma senhora que dizem assombrar um dos primeiros edifícios da capital, algo sobrenatural acontece e essas mulheres decidem tomar de volta o que lhes foi tirado.

O filme resgata a história de Maria do Arraial, conhecida pelo nome pejorativo de “Maria Papuda”, mulher que se tornou uma espécie de lenda em Belo Horizonte. No final do século XIX, no início da construção da capital de Minas Gerais, Maria teve sua casa desapropriada para dar lugar ao Palácio da Liberdade, edifício histórico e antiga sede do Governo do estado. A partir daí, surgiram vários relatos de que ela assombrava o local, em busca de justiça.

“Ganhar o Prêmio Itaú Cultural Play foi muito especial. Passamos por vários festivais, e ganhamos alguns prêmios, mas sentíamos que precisávamos também dessa possibilidade de licenciamento. É uma forma de abrir o filme para outras pessoas, para o Brasil”, diz Larissa. “O lado de fora fica aqui dentro traz uma história que não é única de Belo Horizonte, mas que aconteceu em várias cidades do país. Em seus processos de industrialização, a população negra foi excluída e expulsa para as periferias”, completa a diretora.

Mais cinema

Além do Prêmio Itaú Cultural Play, a parceria com a 18ª edição do Festival Visões Periféricas conta com outras duas iniciativas. Até 31 de março, a plataforma exibe Os modos de vida como busca estética, uma mostra exclusiva com 10 curtas-metragens do festival, entre ficções e documentários. Ainda, em 28 de março, entra no catálogo Engole o choro (2023), curta-metragem do diretor Fabio Rodrigo, que ganhou o Prêmio no ano passado no Festival Visões Periféricas.

No filme, Anderson, um jovem morador da periferia de São Paulo, pega escondido a moto do pai. No meio da madrugada, ele se envolve em uma briga e acaba sendo levado a uma delegacia, até que seu pai aparece para buscá-lo. A partir de uma história corriqueira, Engole o choro traça uma leitura original da relação entre pai e filho, tangenciando questões como classe, gênero e raça.

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