Certamente, ele é um cineasta clássico. Aliás, e por falar em Cinema Clássico, aproveito esta oportunidade, para homenagear os colunistas deste site, Raquel Duarte Garcia, Zeca Seabra e Juliana Meneses, que assinam a coluna CLÁSSICOS. Ninguém nega a superioridade deste diretor londrino, no quesito suspense. Mas, os amigos leitores com menos de 30 anos, a magia de assistir a qualquer um dos seus filmes, envolvidos em sua trilha sonora, nos leva a um envolvimento com e pela a trama, levando-nos ao quase estado de angústia até o final chegar.

Filho de Emma e William Hitchcock, pouco se sabe sobre sua mãe. Contudo, quanto ao pai, um comerciante bastante opressivo, ao mesmo tempo, muito presente na vida deste gênio do Cinema londrino, americano e mundial. Acreditem, não sei por qual filme começar, deixando explícita a minha preferência por cineasta. Mas, coragem!

Vários filmes de Alfred Hitchcock ao mesmo tempo em que representaram e representam muito bem a sua carreira, em contrapartida, cada um deles teve a sua especificidade, nos levando, óbvio, à sua identidade e à sua interação.

Timidamente, posso afirmar que os filmes de Hitchcock tem na música, o seu ponto mais forte. A sua carreira pode ser dividida em duas fases. A fase britânica, que se iniciou com o seu primeiro sucesso, “O Homem que sabia demais” (The Man Who Knew Too Much, 1934), aliás, filmado novamente em 1956 e, a fase hollywoodiana, a fase americana, quando ele mudou-se definitivamente, em 1939. Poucas pessoas sabem, mas Alfred Hitchcock dirigiu filmes de comédia. Contudo, o gênero suspense surgiu em seus filmes, entre o final da década de 40 e o início da década de 50, lançando o filme “Sob o Signo de Capricórnio (Under Capricorn, 1949), estrelado por Ingrid Bergman.

Dentre os vários filmes que ele dirigiu, destacarei aqui nesta coluna três filmes que, aliás, são os meus prediletos. Aí estão (em sua ordem cronológica):

  • Festim Diabólico (Rope, 1948)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958)
  • Psicose (Psycho, 1960)

Festim Diabólico (Hope) teve a Direção Musical do maestro Leo F. Forbstein. Para quem não conhece a história deste filme, que tem apenas um cenário, supostamente foi baseada em um fato verídico, onde, em 1924, um garoto de 14 anos, Bobby Franks, foi assassinado pelos estudantes da Universidade de Chicago, Nathan Leopold e Richard Loeb. Em um contexto bastante sutil, a primeira cena do filme, é o estrangulamento de David Kentey (Dick Hogan) cometido pelos os seus amigos da Universidade de Columbia, Brandon Shaw (John Dall) e Phillip Morgan (Farley Granger). Como os assassinos junto com o finado, preparavam uma pequena recepção no apartamento que dividiam, onde esconder o corpo? Começa a trama, com a entrada do personagem, o antigo professor dos três estudantes, Rupert Cadell, magistralmente interpretado por James Stewart. A questão da homossexualidade é sutilmente abordada no filme.

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Phillip Morgan (Farley Granger), Rupert Cadell (James Stewart) e Brandon Shaw (John Dall)

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Um Corpo que Cai (Vertigo) possui uma das trilhas sonoras mais intrigantes, na filmografia de Hitchcock. Composta pelo não menos, Bernard Hermann, a mesma nos leva, quase que em parceria com os delírios do personagem John “Scottie” Ferguson (James Stewart). Pela extrema fobia que o personagem central tem de altura, com vertigens inclusive (daí o nome do filme, em inglês), o policial Ferguson acaba sendo responsável pela morte do seu parceiro, durante uma perseguição em um telhado. John Ferguson se aposenta e é cuidado por ex-noiva, que lhe afirma que o trauma que sofreu, só será superado por outro. “Santo Freud!”, diria Robin ao seu parceiro Batman.

Ele reencontra um antigo amigo da faculdade que freqüentava, o qual lhe pede vigie sua esposa, vítima de uma suposta possessão familiar, ou seja, o suicídio de um antepassado distante poderia justificar a ânsia desta em acabar com a própria vida. Entra em cena, a personagem Madeleine (Kim Novak). A trama, muito bem escrita e amarrada por Alec Coppel e Samuel A. Taylor, prende o espectador até o fim do filme, com final surpreendente e, ratificando, levando aos traumas e contagiando o público.

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John “Scottie” Ferguson (James Stewart)
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Madeleine (Kim Novak)

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Psicose (Psycho), certamente é o mais conhecido e afamado filme de Alfred Hitchcock. A trilha sonora já fala por si só, traduzindo até mesmo o nome do filme. Composta também por Bernard Hermann, a trama conta a história de Marion Crane (Janet Leigh) que após dar um desvio de U$S 40.000,00, foge e vai para no motel de Norman Bates (Anthony Perkins). Após a clássica cena, do assassinato de Marion Crane, enquanto esta tomava banho, o público descobre a origem da família Bates, através da irmã da vítima, Lila Crane (Vera Miles), junto com o namorado desta, Sam Loomis (John Gavin), chegando à conclusão do caso. Hitchcock inaugurou uma nova linguagem cinematográfica, a linguagem serial killer.

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Marion Crane (Janet Leigh)
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Norman Bates (Anthony Perkins)
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Wellington Lisboa, nascido no bairro das Laranjeiras (mas não é tricolor), formou-se e por duas vezes em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade & Propaganda e Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, após cursar a disciplina 'Comunicação & Cinema', com o Professor Carlos Deane, percebeu que o Cinema poderia se tornar a Sétima Arte em sua vida. O falecido Coordenador do Núcleo Artístico e Cultural (NAC), Heleno Alves, propôs a ideia de criar um coral. Foi quando o nosso crítico e colunista enveredou pelo caminho musical. Criado o Coral da FACHA e, logo depois, rebatizado com o nome de DANOCORO, Wellington Lisboa, construiu uma carreira musical, junto com o grupo, ao longo de quase quinze anos. Após concluir as duas habilitações, ele cursou Letras (Português - Italiano) na UFRJ mas, não terminou. Entitulando-se 'um eterno ser em busca de si mesmo', Wellington Lisboa enveredou pela graduação em Cinema, foi quando (re)descobriu que o Jornalismo caminha junto com esta arte.

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