“Alô! Atenção! Nada se cria, tudo se copia!”
Com essa frase o saudoso Abelardo Barbosa, o eterno chacrinha, iniciava seu cômico programa. Hoje, esse marcante bordão do apresentador pode ser relacionado à Hollywood, que, nos últimos 5 anos, lançou muitos remakes e, muitos outros, ainda estão previstos.
Refilmagens não são novidades no mercado cinematográfico, elas ocorrem desde o século passado. Um exemplo é o clássico Os Dez Mandamentos, produção de sucesso de 1956, que foi um remake de um filme mudo de 1923. Mas, apesar de remakes estrearem nos cinemas, a sétima arte também sempre foi palco de obras com conteúdo original que conquistaram o público.
A década de 1980 foi o período em que os cineastas estavam repletos de criatividade. Filmes como, Footloose – ritmo louco (1984), Os Caça Fantasmas (1984) e Robocop – o policial do futuro (1987) chegaram aos cinemas e se tornaram clássicos. Essas produções, consideradas insuperáveis, foram todas refeitas nos últimos anos com um resultado não muito bom nas bilheterias, e opiniões mistas entre os espectadores.
Essa nova estratégia de Hollywood em refazer filmes consagrados teve início no ano de 1999, quando estreou A Múmia, refilmagem da obra prima do terror, estrelada por Boris Karloff. O remake foi um grande sucesso comercial e gerou duas continuações. Por ironia, o filme ganhou uma nova refilmagem, estrelada por Tom Cruise.
A partir do sucesso de A Múmia, os grandes estúdios cinematográficos perceberam o potencial dos remakes de obras clássicas. Logo, produziram Caçadores de emoção (2015), A Hora do Pesadelo (2010) e Conan – o bárbaro (2011).
Os cineastas ainda ousaram ir mais longe ao decidirem refazer Ben-Hur (1959), o primeiro filme a vencer 11 estatuetas do Óscar, cujo conteúdo redefiniu o gênero épico bíblico e influenciou outros sucessos do cinema, como Gladiador(2000) e Star Wars – a ameaça fantasma (1999).
A nova estratégia de Hollywood tem dividido opiniões. No ano de 2005, quando o remake de A Fantástica de Chocolate estreou, os fãs da versão de 1971, estrelada por Gene Wilder, protestaram. Muitos classificaram o novo filme como bobo e sem sentido, uma péssima releitura. Porém, muitas crianças se encantaram com a nova versão e a consideraram leve e divertida. Até hoje, muitas pessoas elogiam a atuação de Jhonny Depp, como o excêntrico Willy Wonka.
Há quem diga que produzir remakes não é uma boa opção, pois jamais poderão superar o original. Muitos cinéfilos criticam Hollywood alegando que esta perdeu a criatividade e está acabando com filmes clássicos ao refazê-los de forma medíocre. No entanto, alguns críticos de cinema acreditam que os grandes estúdios descobriram uma mina de ouro.
Produzir um remake de uma obra clássica tende a atrair um número grande de pessoas aos cinemas. Os amantes de filmes consagrados não perderão a oportunidade de conferir o resultado da refilmagem, a fim de fazer comparações, e o público mais jovem, que não assistiu a versão original, certamente, terá interesse pelo remake.
Hollywood é a maior indústria cinematográfica do mundo e é totalmente movida pelo dinheiro. Enquanto os remakes gerarem lucro, eles não vão acabar tão cedo. Cabe aos amantes da sétima arte apenas sentar na poltrona e conferir o resultado da refilmagem de seus clássicos.