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Cinema

Furisosa: Uma Saga Mad Max

Andrea Cursino

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George Miller mantém a essência da Saga Mad Max para contar a história de Furiosa

Em 1979 George Miller apresentou para o mundo “Mad Max” estrelado por Mel Gibson. Foram feitas mais duas versões para o cinema: “Mad Max: A Caçada Continua” em 1982 e “Mad Max: Além da Cúpula do Dragão” em 1985 que ganhou o acréscimo de Tina Turner na Trilha sonora com a canção We Don’t Need Another Hero e um personagem com visual icônico.

O que era uma trilogia se tornou uma saga em 2015 com o espetacular “Mad Max: Estrada da Fúria”,  desta vez com Tom Hardy como  Max  Rockatansky e Charlize Theron como Furiosa. Essa personagem foi arrebatadora, extremamente carismática e se tornou uma das personagens mais queridas do cinema. Seu carisma foi tão grande que nasceu a vontade de fazer um filme sobre a Furiosa. Como ela foi parar  em Citadel ? Como ela perdeu o braço ? Então George Miller resolveu contar a história da Furiosa 9 anos depois de lançar Estrada da Fúria nos cinemas.

 O filme mantêm a essência da saga e sua identidade. Não temos Charlize Theron nesse filme, mas temos duas atrizes espetaculares que entenderam a importância e a grandeza dessa personagem. Temos um outro vilão, além de Immorten Joe (Lachy Hulme), somos apresentados ao primeiro vilão da vida de Furiosa, Dementus interpretado brilhantemente  por Chris Hemsworth.

O roteiro começa mostrando o dia em que Furiosa foi sequestrada de sua Terra Natal, um lugar paradisíaco, lindo e fértil. Nessa fase a atriz australiana Alyla Browne interpreta a Furiosa maravilhosamente bem, manteve a potência de atuação de Charlize Theron. Ela atua até a metade do filme mostrando a construção dessa personagem, e passa a bola para Anna-Taylor Joy que mantém a força da personagem.

Na primeira fase conhecemos a Terra Natal de Furiosa, sua melhor amiga, sua mãe e a General Vuvalini que tem a missão de resgatar Furiosa de seus sequestradores. A mãe de Furiosa foi interpretada pela modelo australiana Charlee Fraser e a General Vuvalini é interpretada pela atriz espanhola-australiana Elsa Pataki que também interpreta outro personagem na trama, Mr. Norton, um motoqueiro do bando de Dementus. A missão é proteger o local e que ele permaneça desconhecido.

A saga mostra a jornada da construção de Furiosa e todas as pessoas que passaram por ela e a tornaram ainda criança, uma guerreira, uma sobrevivente e a inteligência apurada a transformou em uma estrategista para conquistar seus objetivos. Nem só de sangue, suor e lágrimas, a jornada da nossa heroína é traçada. Ela conhece alguém com quem ela se conecta, Praetorian Jack, interpretado pelo ator australiano Tom Burke. Ele a Anna-Taylor Joy tiveram uma conexão pelo olhar que ajudou muito a torcer por eles. E a personagem é mais calada e não interage muito com outras pessoas. Furiosa está habituada com inimigos onde quer que vá. Então não faria sentido a personagem ter muitas falas durante as 2horas e 28 minutos de filme. E isso exige da atriz um esforço extra na interpretação. A expressão facial e a movimentação corporal nas cenas de ação criam uma personagem coerente para se tornar a Furiosa de Charlize Theron.

O que pode agradar uns e não agradar a outros pode ser a sensação de que está faltando alguma coisa na história, mas a impressão que tive  é que tem mais história para contada em um próximo filme. Algumas perguntas ficam na cabeça como Furiosa some em determinado momento e ninguém sentiu a falta dela?

Mesmo assim, o filme é grandioso com boas cenas de ação, mas não alcança a excelência de “Estrada da Fúria”. Talvez não precise alcançar, até porque ninguém nasce grande. Para chegar naquela magnitude é preciso começar pequeno, mais contido para que a gente possa acreditar e embarcar na história que Miller quer nos contar.

A direção de Fotografia é importantíssima para valorizar as belíssimas tomadas que o filme tem. Para isso, o diretor de fotografia neozelandês  Simon Duggan trabalhou do visual mais árido ao mais rico com elegância. O casamento das tomadas, com a fotografia, a direção de arte Jacinta Leong e Nicholas Dare, o figurino de Jenna Beavan e a maquiagem de transformação dos atores nos personagens está perfeita! Desta vez, os efeitos não estão como no filme anterior. George Miller gosta muito dos efeitos práticos, mas a opção de experimentar o CGI, não foi a melhor escolha. Talvez por isso, o filme tem uma queda na qualidade técnica em relação ao seu antecessor. Mesmo assim, “Furiosa: Uma Saga  Mad Max” é um ótimo filme!

Miller se cercou das mesmas pessoas com quem trabalhou em “Mad Max: Estrada da Fúria”, o que é bom, porque o trabalho flui melhor quando a equipe está entrosada e sabem como trabalhar em conjunto. Ainda mais quando eles entendem o universo que querem contar.

Então, esse é um filme para ser apreciado numa sala de cinema e vale o ingresso para aproveitar o jeito Miller de contar histórias.

 

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