Mais uma vez, um dos sonhos de várias e fiéis gerações que passaram os anos 80 imersos na revolucionária indústria quadrinística daquela década, acaba de ser realizado em grande estilo, no dia 25 de julho de 2016, com o advento da animação da homônima “A Piada Mortal”. A grande novidade, é que o desenho ganhou a chance de ser exibido na telona. É a primeira vez que se tem notícia, da Warner Brothers promover algo nesse mercado.
E foi bem merecido. Afinal, a Graphic Novel, lançada originalmente em 1988, escrita pelo lendário e cult argumentista Alan Moore e desenhada pelo traço realista e magistral de Brian Bolland (curiosamente, ambos britânicos), foi um dos marcos definitivos dos quadrinhos: Alguns a definem como a expressão máxima da adversidade entre Batman e Coringa.
No entanto, a animação guarda vários incrementos que não estão na HQ, sobretudo no tocante à personagem Batgirl, que na primeira metade do filme ganha o foco central. É até compreensível, pois percebe-se uma preocupação em criar todo um background para a jovem e intrépida heroína, de modo que o expectador seja sensibilizado pelo que vem a ocorrer com a mesma.
E nesse quesito, é interessante notar a liberdade criativa do dedo de Bruce Timm, embora a animação tenha sido escrita por Brian Azarello. É que a Batgirl apresenta na personalidade, um forte traço da personagem futurista que se percebe na extinta série animada “Batman Beyond”: Uma atração pelo seu mentor. Porém, falar mais do que isso é estragar a surpresa.
A segunda metade do filme, é agradavelmente fidedigna à versão de 1988. Exceto pelo final, que ignora a grande dúvida gerada pela antiga HQ. Talvez a direção tenha pecado na escolha das vozes dos personagens principais, que destoaram do que já estamos acostumados. Entretanto, sabe-se que é uma tradição da Warner, a cada nova animação, mudar o casting dos atores vocais, algo diferente do que acontece na dublagem brasileira.
“A Piada Mortal” foi exibida aqui, em sessão única em uma parceria do Cinemark e o site Omelete, em dia e hora concomitante aos Estados Unidos. O acontecimento lotou as salas brasileiras e americanas e foi um verdadeiro presente aos fãs do Homem Morcego. Um presente de sucesso, diga-se de passagem, pois em dois dias de sessão única nos EUA, foram arrecadados mais de 3,8 milhões de dólares. Talvez a Warner-DC repita a dose em futuros projetos, após terem sido felizes nessa ocasião.