Em trecho inédito, a artista Luiza Romão em um Slam Poetry, onde, usando um discurso forte e inteligente, descarrega em um poema toda sua indignação sobre temas como Ditadura, Feminismo e a Política. O longa estreia hoje, nos cinemas.

Ao longo dos 81 minutos de “Slam – Voz de Levante”, Roberta Estrela D’Alva, uma experiente slammaster (uma apresentadora de ‘slam’), conduz o espectador por competições de Poetry Slam – batalhas performáticas de poesia – onde os jogadores rimam jogos poéticos de críticas políticas, de injustiças sociais e, principalmente, de resistência. O filme, dirigido por Tatiana Lohmann e Estrela D´Alva, visita clubes em Nova York e Chicago; atravessa o oceano até o campeonato mundial de slam em Paris e volta para as cidades do Rio e de São Paulo. Nesse caminho, vão se revelando os bastidores deste movimento, talentos dos mais diversos países e poesias tão eletrizantes quanto emocionantes.

Trilha sonora

Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva assinam a trilha sonora que traz uma compilação de vozes contemporâneas com alguns dos mais relevantes nomes do funk, rap, pop e rock nacional como MV Bill, Liniker, Ellen Oléria, MC Daleste, MC Marechal e Karina Buhr, entre outros.

A faixa “Levante”, interpretada por Lurdez da Luz, é assinada pelo renomado produtor musical Alexandre Basa. A trilha conta ainda com a participação especial da artista de spoken word, a norte-americana Jessica Care Moore.

Trecho do poema de Luiza Romão

A colonização começou pelo útero; matas virgens, virgens mortas; A COLONIZAÇÃO FOI UM ESTUPRO!

Deodoro metendo a espada entre as pernas de uma princesa Babel;

Pedro ejaculando-se dom precoce; Costa e Silva gemendo cinco vezes

AI AI AI AI AI- AI 5.

Getúlio, Juscelino, Geisel, Collor, Jânio, Sarney;

A ordem parte da cabeça do membro ereto de quem é à a favor da redução mas vê vida num feto; é o pau-brasil multiplicado trinta e três vezes e enfiado numa só garota;

Eu olho pra caneta e tenho certeza: eu não vou mais escrever o nome desse país enquanto estupro for prática cotidiana e o ideal de mulher – A MÃE GENTIL

Sinopse

Em Chicago, NY, Paris, Rio e São Paulo, a mesma cena com diferentes faces: os poetry slams, batalhas poéticas performáticas, se firmam como encontros que instigam a criatividade e o convívio entre diferentes e surgem diante da onda política conservadora mundial como ágoras do livre pensamento e expressão. No Brasil, a poeta Luz Ribeiro vence o campeonato nacional e vai para a Copa do Mundo de Poetry Slam, em Paris, representando a nova vertente negra e feminista que tem se firmado pela virulência de seu verbo politizado.

 

 

 

 

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva

Elenco: Roberta Estrela D’Alva, Luz Ribeiro, Marc Smith (IV),Bob Holman

Gênero: Documentário

Duração: 81 minutos

Janela: 1:85k

Classificação: livre

Som: 5.1

 

CURIOSIDADES:

Sobre Globo Filmes e Globo News

A associação entre a Globo News e a Globo Filmes tem entre seus principais objetivos formar plateias para o documentário e, em consequência, ampliar o consumo desses filmes nas salas de cinema. A parceria tem contribuído para um importante estímulo ao documentário no Brasil, onde o gênero ainda tem pouca visibilidade quando comparado aos demais países. A iniciativa visa o fortalecimento e a promoção dentro do mercado audiovisual brasileiro, através da coprodução e da exibição desses longas.

O projeto completa quatro anos em 2018 e a parceria estimula a criação de longas-metragens que, após a exibição nas salas de cinema, vão ao ar na emissora. Ao longo desse período, os filmes foram vistos por mais de seis milhões de pessoas no canal por assinatura e o alcance médio das produções foi de 450 mil telespectadores por exibição.

Foram lançados filmes como Brasil: DNA África, Cidades Fantasmas, vencedor do Festival É Tudo Verdade 2017, Slam: Voz de Levante e Pitanga, premiados respectivamente nos Festivais do Rio e de Tiradentes em 2017, e A Corrida do Doping – até o momento, o filme mais visto na faixa da Globo News.

Outros destaques foram o longa coletivo 5 x Chico – O Velho e Sua Gente, sobre comunidades banhadas pelo Rio São Francisco, selecionado para quatro festivais internacionais na França; Tim Lopes – Histórias de Arcanjo, sobre a trajetória do jornalista morto em 2002; Betinho – A Esperança Equilibrista, que narra a vida do sociólogo Herbert de Souza, Menino 23, que acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar a partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, ambos vencedores do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2016 e 2017, respectivamente; Setenta, de Emília Silveira, sobre a militância política nos anos 1970, que recebeu dois prêmios no 8º Festival Aruanda (Paraíba), incluindo o de Melhor Filme pelo júri popular; e o premiado Meu nome é Jacque, de Angela Zoé, que enfoca a diversidade sexual a partir da experiência da transexual Jacqueline Rocha Cortês, eleito o Melhor Longa Nacional pelo júri do Rio Festival de Gênero & Sexualidade no Cinema 2016.

Entre 2018 e 2019, serão mais de 65 filmes em produção, envolvendo mais de 60 produtoras de diferentes regiões do país, ajudando a fomentar o mercado.

Sobre Pagu Filmes

Fundada em 2017 por amantes do cinema, a Pagu Pictures é uma distribuidora inovadora que acredita que cada filme é feito para as pessoas que, sem saber, esperavam por ele. Em seu primeiro ano de vida, lançou grandes filmes brasileiros,  destacando-se “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa, único filme brasileiro no Festival de Cannes de 2017, e  “On Yoga: Arquitetura da Paz”, de Heitor Dhalia. A Pagu existe para levar cada um de seus filmes às pessoas que desejam esse encontro, seja onde for, seja no formato que for, mas que fundamentalmente acredita que é na sala de projeção que o filme explode inesquecível. O Cinema brasileiro vive!

 

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