“Os Infiéis” (Gli infedeli) é um filme de sotaque italiano dirigido com razoabilidade por Stefano Mordinique que trata de uma questão delicada de uma forma interessante. São diversas histórias que formam um filme. Essa forma me lembrou um pouco “Relatos Selvagens” (Relatos Salvajes) com Ricardo Darin. Ali, o protagonista é a raiva. Entretanto, em “Os Infiéis”, o protagonista não é um personagem, mas sim, a infidelidade.
A primeira historinha é curta e já mostra bem a que o filme veio. Com certa dose de humor e escancarando o cinismo, é curta e pontual, serve bem como abertura, um prólogo, de certa maneira. Em seguida, temos o casal que acaba tendo uma conversa sobre situações desconhecidas entre eles. É interessante perceber a realidade e as diferenças entre homem e mulher, o que os leva a trair. A terceira é bem irregular, em cima de um imbecil que ter uma aventura.
Vale destacar as atuações que estão muito boas e usufrui bem da versatilidade dos atores que fazem diversos papeis durante a o longa-metragem. Ricardo Scarmarcio se sai muito bem como um cínico. Valerio Mastrandrea mostra extrema eficácia e naturalidade todas as vezes em que surge na tela. Valentina Cervi também se destaca, em uma das melhores histórias, onde um buraco pode ser mais do que aparenta. As brincadeiras com os símbolos pelas ruas são divertidos.
A fotografia é condizente com o tom das historietas, sobressai a quarta com bons jogos de sombras. Essa é bizarra de certa maneira, mas acaba por funcionar. Como a maioria dos filmes que reúne vários pequeninos, é irregular. O fechamento não é bom. Porém, não é um filme que pede fidelidade.
