O longa acompanha o dia-a-dia de Ione, Harlene e Babalu, três gestantes cujas famílias vivem em Noronha há décadas, mas são obrigadas a se deslocar para o continente para realizarem seus partos. Joana conta que o tema é de interesse de todos os moradores e moradoras locais, e, por isso, todo mundo a ajudou muito trazendo-lhe informações. Para realizar o filme, ela também explica que foi preciso conhecer a ilha, suas peculiaridades administrativas. “Fernando de Noronha, um lugar dentro do Brasil com uma lógica própria, não é um município, é um distrito estadual de Pernambuco, o administrador é um cargo nomeado pelo governador, assim como todo pessoal de apoio. A única instância local com eleição democrática é o Conselho Distrital, que não tem função legislativa. A ilha até hoje funciona, de certa forma, como um presídio ou um quartel, a população é tutelada. Tudo é controlado pelo “Palácio”, como os moradores chamam a sede da administração na ilha. E assim é com a política habitacional, moradores permanentes – com mais de 10 anos de ilha – podem por o nome em uma lista e esperar pelo recebimento de um terreno, ou uma casa, já que oficialmente não há compra e venda de imóveis.

 

O lançamento de PROIBIDO NASCER NO PARAÍSO foi planejado para acontecer na sequência de uma campanha de impacto, forma inovadora de estrear documentários já bastante popular em outros países, mas que no Brasil ainda é novidade. O trabalho consiste em construir uma rede de apoio capaz de potencializar a divulgação do filme e assim aumentar o alcance de público. Desde maio de 2020, a produtora Sambaqui Cultural vem realizando sessões fechadas online com públicos estratégicos ligados diretamente ao tema gravidez e parto, ou ao direito da mulher, sempre seguidas de debate com a diretora e equipe. Até o momento foram 12 parceiros mobilizados, como OAB Mulher, Grupo Curumim, Rehuna, Instituto Aurora, CLAM (Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos) entre outros, atingindo um público qualificado. Este trabalho tem foco na construção de um relacionamento empático com ativistas e pessoas engajadas com as causas do filme, antes de chegar às salas de cinema, o que ajuda na mobilização social para a ampliar o alcance da campanha de lançamento.

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