Parece estranha toda a adoração e idolatria em torno de uma mulher, cujo único milagre que podemos presenciar, foi o de conseguir ser amada, até hoje, por seus “súditos”. A Primeira Dama da Argentina, Eva Perón, conseguiu em seus poucos anos no poder, se tornar uma figura mais importante e amada que seu marido, o militar Juan Perón. Entretanto, bastaram três episódios, para que o seriado que estreia mundialmente na Star+ dia 26 de julho de 2022 , relembrasse o motivo pelo qual acho sua história tão atraente.

Deixando o viés político de lado, afinal entender ou explicar a política Argentina não é meu objetivo, vamos falar sobre o que Eva Duarte fez de melhor: trabalhar sua imagem e entreter o povo. E a série, que conta com a produção de Selma Hayek, cumpre esse objetivo com maestria e vai além, ela inova ao contar de forma não linear a Morte e Vida de Evita. Baseada no livro homônimo de Tomáz Eloy Martínez, “Santa Evita” (1995), a versão televisionada nos mostra uma nova versão, sobre um fato que poucos conhecem: o desaparecimento do corpo de Evita três anos após a sua morte e embalsamento.

A história vai além, e eu posso dizer que quando estive no Museu de Evita, ouvi uma história parecida com a que virou seriado. Aliás aconselho para aqueles que gostam de História e de Moda, a visita ao museu para conhecer de perto, uma importante parte da história da Argentina. Amei, mas nesse caso seria impossível não me apaixonar pelos visuais e por todo trabalho de museologia, que preserva o que restou do mito de Evita.

De qualquer forma, a pergunta que rondou minha cabeça esses dias foi: Qual seria o motivo que levaria os militares que tinham acabado de depor Perón, a sumir com o corpo de sua mulher três anos após a morte da mesma?

As respostas são várias, mas algumas são óbvias e provam o quanto Evita era uma mulher interessante e que vale ser conhecida. Se pensarmos no que conhecemos do passado de Eva, ela era uma simples aspirante a atriz que foi para Buenos Aires aos 16 anos. Morena, franzina, e até um pouco sem graça, Eva, com a ajuda de vários profissionais, se tornou a maior voz do rádio e uma encantadora primeira dama. Evita soube usar da mudança da própria imagem, para se criar e se tornar uma mulher digna dos discursos apaixonados que ressoavam além da Argentina. Sua transformação, a mudança de seu visual, foi fundamental para a criação da mulher que abalou o mundo. Eva Duarte é, de uma forma, uma das primeiras “Influenciadoras”, levando seus seguidores a quererem tudo que ela usava ou consumia. E mais que isso, que vive no imaginário popular 70 anos após a sua morte.

Para quem acha que essa é apenas mais uma versão açucarada da vida do casal Perón, eu proponho que assistam a série. Aliás para todos que gostam de um bom entretenimento, seja histórico ou não, a série vale cada minuto. Confesso que já estou ansiosa pelos próximos capítulos. E estou curiosa: quem mais vai tentar descobrir o mistério do desaparecimento do corpo de Evita comigo?

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